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Federação Internacional mantém transexuais no vôlei

Comissão médica diz que cabe a cada país decidir sobre inclusão de atletas nessa condição

Gabriela Doria - 24/01/2018 20h24 | atualizado em 25/01/2018 11h09

Um dos principais temas do encontro da Comissão Médica da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), em Lausanne, na Suíça, foi a inclusão de atletas transexuais nas ligas femininas. Na reunião, que aconteceu nesta quarta-feira (24), foi discutido o caso de Tifanny, primeira jogadora transexual a atuar na Superliga feminina brasileira. Cobrada por um posicionamento, a comissão médica da federação internacional afirmou que vai trabalhar em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para “estabelecer um sistema” de como deve acontecer essa inclusão.

Tifanny Abreu se tornou a maior pontuadora da Superliga feminina Foto: Vôlei Bauru/Neide Carlos

Ainda assim, a FIVB emitiu uma nota oficial, ressaltando que a decisão sobre a participação dessas atletas “é exclusivamente da responsabilidade das respectivas federações nacionais”. O que, na prática, mantém a condição atual de inclusão.

– A discussão sobre este tema foi bastante aprofundada e esta comissão está empenhada em estudar a questão para garantir que qualquer decisão médica a ser tomada pela FIVB seja baseada em dados e conhecimentos recentes na área para assim garantir um sistema justo de competição para todos os atletas – disse um trecho da nota da federação internacional.

O secretário-geral da FIVB, Fernando Lima, vê a questão com cautela e destaca a importância de estudos clínicos sobre a condição fisiológica das atletas transexuais.

– Esta é uma questão complexa e que também está sendo debatida por outras federações internacionais. É importante considerar muitos ângulos ao tomar uma decisão tão crítica, dado o impacto a longo prazo para as atletas. Precisamos estar atentos à igualdade dentro das categorias de gênero e precisamos fazer isso com a ajuda de especialistas médicos, entre outros – afirmou o dirigente.

Autoridades do esporte e atletas acreditam que novas diretrizes para transexuais serão divulgadas após os Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem em fevereiro, em Pyeongchang, na Coreia do Sul.

Enquanto isso, no Brasil já há manifestações contra a participação de Tifanny Abreu na Superliga feminina. A ex-jogadoras Ana Paula e Sheila se posicionaram contra publicamente, e outras atletas que são contra preferiram não se identificar. Treinadores também já demonstraram insatisfação com a atuação de Tifanny.

Tifanny Abreu, que hoje tem 33 anos e fez a transição aos 30 anos, desde dezembro defende o Bauru, de São Paulo. Neste período, ela se tornou a maior pontuadora da Superliga, atingindo a marca de 115 pontos em 22 sets, numa média de 5,23 pontos por set.

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