Com bronze no atletismo, Alison dos Santos encerra longo jejum
Brasil não levava medalha em provas individuais de pista em Jogos Olímpicos desde o bronze de Robson Caetano, em 1988
Paulo Moura - 03/08/2021 07h34 | atualizado em 03/08/2021 11h24

Gigante! Com 1,98 m de altura e suas passadas largas, Alison dos Santos, 21 anos, alcançou um feito colossal nesta terça-feira (3), nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ao ganhar o bronze nos 400 metros com barreiras. A medalha conquistada por Alison foi a primeira do Brasil em provas individuais de pista em Jogos Olímpicos desde o bronze de Robson Caetano, em 1988.
Em uma prova espetacular, com quebra de recorde mundial, Alison foi muito bem, principalmente nos metros finais, o que lhe garantiu o terceiro lugar com uma boa vantagem em relação ao quarto colocado. O ouro ficou com o fenômeno norueguês Karsten Warholm, que marcou 45s94 e pulverizou o recorde mundial. O medalhista de prata foi o norte-americano Raj Benjamin (46s17).
Com o tempo de 46s72, nesta terça-feira, no Estádio Olímpico de Tóquio, Alison quebrou o recorde sul-americano novamente. A marca dos três primeiros colocados foram as três melhores da história, evidenciando o altíssimo nível técnico da final desta prova.
A trajetória desse paulista de São Joaquim da Barra (SP) em uma prova que o atletismo brasileiro não tem tanta tradição é surpreendente. Ele foi o primeiro atleta do país a correr a prova abaixo de 48 segundos. Somente nesta temporada ele já havia quebrado o recorde sul-americano cinco vezes antes de conquistar a inédita medalha em Tóquio.
Alison consegue aliar a sua capacidade física (só de pernas ele tem 1,12m) com um talento raro. Quando completou 16 anos, por exemplo, começou a disputar provas na categoria adulta. Quando fez 18 anos, quebrou o recorde sul-americano sub-20.
Com dez meses de idade, ele sofreu um acidente doméstico. Uma frigideira com óleo virou sobre si. Ele ficou meses internado para tratar das queimaduras de terceiro grau na cabeça, nos ombros, no peito e nos braços.
As cicatrizes daquele acidente estão com ele até hoje. A mais evidente é uma falha no cabelo. Quando criança, Alison tentou ser judoca. Foi nesse período que ganhou o apelido de Piu. O garoto trocou o tatame pelo atletismo e hoje é medalhista olímpico.
*AE
Leia também1 Tóquio: Martine Grael e Kahena Kunze conquistam ouro na vela
2 Militares divulgam dura nota contra TSE e suspeitam da Corte
3 Mara detona Xuxa por política: 'Sou mais brasileira que ela'
4 TSE pede para STF investigar Bolsonaro após críticas às urnas
5 Bolsonaro rejeita taxar fortunas: "É crime ser rico no Brasil?"