Thamirys Andrade - 01/02/2022 17h31 | atualizado em 01/02/2022 18h41

A premiada atriz Whoopi Goldberg veio a público pedir desculpas por uma declaração sobre o Holocausto feita por ela em edição do talkshow The View, da ABC, nesta segunda-feira (31). Na ocasião, Whoopi havia dito que o genocídio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial “não se tratava de raça”, mas de “desumanidade do homem para o homem”.

– No minuto em que você transforma isso em raça, entra nesta vereda. Vamos falar sobre o que é. É sobre como as pessoas tratam umas às outras. É um problema – disse ela na ocasião.

A fala despertou uma forte onda de críticas, e a atriz usou as redes sociais para se desculpar.

– No programa de hoje, eu disse que o Holocausto “não é sobre raça, mas sobre a desumanidade do homem para o homem”. Eu deveria ter dito que é sobre ambos. O povo judeu ao redor do mundo sempre teve meu apoio, e isso nunca será dispensado. Sinto muito pelo dano que causei – lamentou.

Entre os que manifestaram reprovação à fala de Goldberg, está o Museu do Holocausto dos Estados Unidos, que publicou um tuíte que foi interpretado como uma crítica ao posicionamento da artista.

– O racismo era central para a ideologia nazista. Os judeus não eram definidos pela religião, mas pela raça. As crenças racistas nazistas alimentaram o genocídio e o assassinato em massa – afirmou a instituição.

O presidente executivo da Liga Antidifamação, Jonathan Greenblatt, também questionou a fala da celebridade.

– Não, Whoopi Goldberg, o Holocausto foi sobre a aniquilação sistemática do povo judeu pelos nazistas, que eles consideravam uma raça inferior. Eles os desumanizaram e usaram essa propaganda racista para justificar o massacre de 6 milhões de judeus. A distorção do Holocausto é perigosa – argumentou.

A declaração de Whoopi ocorreu durante um debate sobre a proibição de uma história em quadrinhos sobre os campos de concentração nazistas. O estado do Tenessee decidiu votar pela remoção da obra Maus do currículo escolar. No entendimento do estado, a obra, que retrata os judeus como ratos e os nazistas como gatos, é inadequada para crianças de 13 anos por conter nudez, palavrões e representação de suicídio.

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