Pleno.News - 29/10/2021 15h16 | atualizado em 29/10/2021 16h21

O autor Silvio de Abreu, que foi demitido da Globo em 2020, falou sobre os bastidores na antiga emissora. Contratado pela HBO Max, ele também deu declarações a respeito de situações que aconteceram na Globo, como o afastamento do ator José Mayer após acusação de assédio, em 2016.

Para Silvio, o que aconteceu com o ator “foi um escândalo mais plantado por grupos do que qualquer outra coisa”.

– Minha análise é que foi um escândalo muito mais plantado por grupos do que qualquer outra coisa. Foi uma atitude bastante cafajeste do Zé Mayer, mas sacrificar uma carreira brilhante e útil para a empresa, como a dele, foi decorrência da baita pressão de grupos que a diretoria recebeu. Naquele momento, fomos obrigados a tomar aquela decisão – disse o novelista à revista Veja.

Silvio de Abreu afirmou ainda que sabe de onde surgiu a pressão pela punição de José Mayer.

– Grupos feministas. Foi tão bem organizado que a novela acabou na sexta-feira, e, no sábado, as pessoas já estavam com camisetas onde se lia “Mexeu com uma, mexeu com todas”. Já tinha uma coisa armada em cima disso. Existia uma pressão também de vários atores – mas mais de atrizes – pela punição. O Zé Mayer foi um bode expiatório. Volto a dizer que não estou defendendo a atitude dele. Não sei o que aconteceu de verdade entre ele e a moça. Só fiquei sabendo de coisas que ocorriam aqui e ali. Foi uma decisão da diretoria de afastá-lo definitivamente. Se tivesse passado um tempo, as pessoas iriam refletir melhor. Mesmo tendo errado e sendo cafajeste, ele é um ator de belíssima carreira. A punição foi muito pesada – avaliou.

Ainda de acordo com o novelista, Mayer merecia uma segunda chance.

– Eu batalhei muito na Globo para que ele [Mayer] tivesse uma segunda chance, mas não tive apoio. Precisaria de um grupo de apoio feminino. Não adiantava juntar um monte de homem para reivindicar isso. Aí seria uma atitude machista. Tinha de ter mulheres, e não consegui. Mesmo entre as que falaram que achavam uma injustiça, nenhuma assumiu isso publicamente. Quando as atrizes me procuraram, e eu não vou citar nomes, para dizer “Ah, que injustiça!”, eu dizia para que nos juntássemos e fôssemos à diretoria falar isso. Elas voltaram atrás.

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