Record TV nega ter demitido autores por motivo religioso
Autora da novela Jesus decidiu processar a emissora sob a acusação de que teria sido demitida por preconceito religioso
Paulo Moura - 31/05/2023 14h58 | atualizado em 31/05/2023 19h17
A Record TV se pronunciou, nesta quarta-feira (31), a respeito da acusação sofrida pela emissora de que a empresa teria demitido autores de novelas bíblicas pelo fato de eles terem se recusado a se tornar evangélicos. Em nota, o grupo de comunicação disse ser “contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa”, e informou que tomará as medidas judiciais necessárias.
– A Record TV vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação a acusação sofrida hoje [quarta (31)] – declarou a empresa.
A acusação em questão foi trazida a público pelo site Notícias da TV, em reportagem publicada nesta quarta. Segundo o veículo, Paula Richard, autora de Jesus (2018-19) e de O Rico e o Lázaro (2017), acionou a Justiça com a alegação de que teria sido demitida por preconceito religioso e pediu, entre outras solicitações trabalhistas, indenização de R$ 5,6 milhões.
Na ação, Paula utilizou declarações de colegas que supostamente teriam passado pela mesma situação que ela e, também, citou casos de autores que não tiveram contratos renovados recentemente, como Joaquim Assis e Camilo Pellegrini.
– A saída de todos esses profissionais – entre os quais, a reclamante -, ao que tudo indica, é fruto da intolerância religiosa da senhora Cristiane Cardoso [filha de Edir Macedo] que, na tentativa de formação da sua “nação cristã”, retirou todos os roteiristas de outras denominações religiosas e segue substituindo outros profissionais da cadeia do audiovisual – escreveu a advogada de Paula.
A citação ao nome de Cristiane Cardoso, filha do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, decorre do fato de que, em 2021, ela passou a comandar formalmente a produção de novelas. Na ação, a defesa de Paula acusa Cristiane, inclusive, de ter atuado com discriminação religiosa.
– A relação de trabalho da autora com membros da igreja, seja na produção ou com as colaboradoras que foram inseridas na sua equipe, sempre foi amena; entretanto, ao que tudo indica, a já mencionada senhora Cristiane Cardoso estava determinada a ter apenas membros da Igreja Universal escrevendo na Record TV – completou a defesa de Paula Richard.
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