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MP mira afiliada da Globo por demitir repórteres acima do peso

Inquérito contra TV Vanguarda por "discriminação estética" foi reaberto

Gabriela Doria - 11/05/2021 16h32 | atualizado em 11/05/2021 22h04

Michelle Sampaio e Marcela Mesquita são testemunhas em inquérito que investiga discriminação estética na TV Vanguarda Arte: Pleno.News

O Ministério Público do Trabalho decidiu reabrir um inquérito arquivado em março contra a TV Vanguarda, afiliada da Globo no interior de São Paulo, por praticar “discriminação estética” contra funcionárias. A suspeita é de que a emissora tenha demitido repórteres por estarem “acima do peso” e “fora do padrão” da empresa.

O caso mais recente foi o desligamento de Marcela Mesquita, que foi dispensada esta semana, no mesmo dia em que retornou da licença-maternidade. Marcela é uma das testemunhas ouvidas no inquérito. Segundo ela, a chefia a tirou da frente das câmeras entre outubro de 2017 e início de 2020.

– Fiquei quase dois anos e meio na geladeira. Na época, fui informada pela chefe de redação que a direção tinha decidido me afastar porque eu estava “fora do padrão”, “acima do peso”. Foram esses os termos que usaram – revelou Marcela, que estava há 12 anos na emissora.

Já Michelle Sampaio, que saiu da emissora em 2019, após 16 anos no canal, contou que foi demitida sob a justificativa de não ter emagrecido.

– Fui informada pela diretora de jornalismo que a emissora optou pelo meu desligamento por eu não ter atingido o objetivo, que era emagrecer – disse Michelle, que também foi ouvida nos autos do inquérito.

Os relatos foram endossados pela jornalista Micheli Diniz, que atuou na TV Vanguarda entre 1998 e 2003.

– O caso da jornalista Michelle Sampaio não é um fato isolado. Digo isto porque vivi há 15 anos a mesma situação. Na mesma emissora, com as mesmas pessoas – desabafou.

TERMO DE AJUSTE DE CONDUTA
Em 24 de setembro do ano passado, a TV Vanguarda assinou o chamado “termo de ajuste de conduta (TAC)”, em que se comprometia a rever seus critérios acerca do desligamento de funcionários.

No documento, a emissora garantiu que iria “abster-se de prática discriminatória em razão do padrão estético de seus empregados, principalmente relacionado ao peso corporal, bem como abster-se de estabelecer referido padrão através de exigências invasivas à privacidade e liberdade de seus empregados”.

O texto também afirmava que a Vanguarda não iria “formular exigências aos seus empregados que importem discriminação estética”. Também não iria “desligar dos quadros da empresa, única e exclusivamente em razão do peso, pessoas que tenham sobrepeso ou obesidade”. E, ainda, de excluir do vídeo repórteres ou apresentadores “por motivos estéticos relacionados ao peso corporal”.

E apesar de comprometer-se com as orientações acima, o TAC não reconhece a denúncia das ex-funcionárias.

– Embora a Rede Vanguarda não reconheça a prática de qualquer ato discriminatório, o presente termo de ajuste de conduta tem como escopo a demonstração de que não compactua com tal forma de conduta”.

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