Morre a atriz Nicette Bruno, por conta de complicações da Covid
Artista ficou quase um mês internada em razão de problemas causados pela doença
Paulo Moura - 20/12/2020 13h30 | atualizado em 21/12/2020 11h51
Após ficar quase um mês internada, a atriz Nicette Bruno morreu na manhã deste domingo (20), aos 87 anos. Ela estava internada com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro.
De acordo com o boletim médico divulgado no sábado (20), o estado de saúde de Nicette “era considerado muito grave”. Ela estava sedada e dependia de ventilação mecânica para respirar.
A informação da morte foi confirmada pelo hospital por volta das 13h20. Ainda não há informações sobre locais e datas de velório e de enterro da artista.
A TRAJETÓRIA DE NICETTE
Nicette nasceu em Niterói (RJ), no dia 7 de janeiro de 1933. Ainda pequena, aos 4 anos, ela já iniciava a carreira artística em um programa infantil na Rádio Guanabara.
Foi por conta da tradição artística da família, segundo a atriz, que Nicette Xavier Messa, nome de batismo dela, incorporou o sobrenome Bruno, que veio em homenagem à mãe, Eleonor Bruno Xavier, que foi atriz e cantora.
Com cerca de nove anos de idade, a jovem tomou gosto pelo teatro ao ingressar no grupo da Associação Cristã de Moços (ACM).
Foi também a paixão pelo teatro que fez com que, aos 19 anos, Nicette conhecesse Paulo Goulart, com quem compartilhou quase 60 anos de casamento, ao contracenar com o ator na peça “Senhorita Minha Mãe”, em 1952.
Da longa união, que começou em 1954 e só terminou com a morte de Paulo, em 2014, nasceram três filhos que seguiram a carreira dos pais: Paulo Goulart Filho, Bárbara Bruno e Beth Goulart.
Na TV, Nicette iniciou na Tupi, onde fez a primeira adaptação de Sítio do Picapau Amarelo, exibida entre 1952 e 1962. Anos depois, ela estrelaria uma segunda versão da obra de Monteiro Lobato, produzida pela Globo entre 2001 e 2004, como Dona Benta.
Após passar pela Continental e pela Excelsior, Nicette foi para a Globo em 1981, após convite do diretor e ator Fabio Sabag, para fazer parte do elenco do seriado “Obrigado, doutor” como a freira Júlia, auxiliar do protagonista interpretado por Francisco Cuoco.
Na emissora, sua primeira novela foi Sétimo Sentido (1982), de Janete Clair. Na obra, deu vida a Sara Mendes, mãe da paranormal de Regina Duarte.
Ao longo dos anos, ela integrou elencos de novelas como Selva de Pedra (1986), Rainha da Sucata (1990) e Mulheres de areia (1993). Em 1997, interpretou sua primeira vilã em novelas da Globo, a malvada Úrsula, em O amor está no ar.
Em 2020, foi homenageada na versão da Globo de “Éramos seis”, ao interpretar madre Joana, uma freira que, na reta final, encontrava Lola (Gloria Pires), personagem à qual deu vida na [trama] original da TV Tupi.
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