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Jair Bolsonaro concede entrevista a Luciana Gimenez

Presidente falou sobre temas como desemprego e reforma da Previdência

Ana Luiza Menezes - 08/05/2019 01h58 | atualizado em 08/05/2019 10h56

Nesta terça-feira (7), foi ao ar a entrevista que Luciana Gimenez fez com Jair Bolsonaro. Ela foi até Brasília para gravar com o presidente, de quem é fã.

A conversa começou com uma breve avaliação dos 100 dias de governo. O presidente destacou que considera importante ter conseguido escolher 22 ministros sem qualquer interferência externa de grupos de empresários ou políticos.

– Consegui montar um ministério que é um orgulho para o Brasil. Cada ministro sabe sua função, tem competência, está preparado e tem dado conta do recado – disse.

Bolsonaro afirmou ainda que seus primeiros meses no governo podem ser classificados como positivos. Ele ressaltou que grande parte do parlamento é aliado ao governo e admitiu que precisa do apoio de cada um para conseguir a aprovação de projetos importantes para o país.

Ele revelou que começou a se preparar para a Presidência durante as eleições de 2014, quando percebeu que não ia querer mais ser, a partir de 2018, deputado federal. Ele reconheceu que sua imagem foi crescendo e citou o apoio de Luciana, que o recebeu em seu programa Superpop.

– Fui mostrando quem realmente sou, que era diferente daqueles que foram presidentes até o momento – avaliou.

O líder do Executivo admitiu que percebeu que ganharia as eleições do ano passado antes da facada, pois sentiu o apoio de uma grande quantidade de pessoas durante suas viagens de campanha.

– E também pela maneira como os outros candidatos se comportavam, quase todos se unindo contra mim – acrescentou.

Ainda sobre a facada, que representou uma tentativa de homicídio praticada por Adélio Bispo, Bolsonaro falou que seu maior medo foi morrer e deixar sua filha Laura, de 8 anos, órfã. Em várias oportunidades durante a conversa com Gimenez, o governante falou com carinho sobre sua família.

Bolsonaro falou sobre sua filha de 8 anos Foto: Isac Nóbrega/PR

FAMÍLIA
No bate-papo, Bolsonaro comentou não apenas o bom relacionamento que tem com sua esposa, Michelle Bolsonaro, como também a alegria que sentiu ao estar próximo à sua mãe durante o feriado de Páscoa, quando esteve no Guarujá, litoral São Paulo.

Ele explicou que a matriarca está com 92 anos e já tem uma saúde debilitada, chegando ao ponto de trocar o nome dos filhos. Para ele, estar em São Paulo com a mãe e um de seus irmãos representou o momento mais feliz de sua vida pessoal nesses 100 dias como presidente.

Bolsonaro comentou que procura não levar problemas de sua carreira para dentro de casa. Entretanto, ele confessou que precisa ficar de olho no celular praticamente 24 horas por dia.

Bolsonaro segura foto com sua mãe Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente afirmou que acaba dormindo pouco. Questionado, ele revelou ainda que sua vida não é mais a mesma, no sentido de ter que abrir mão de costumes simples como ir ao cinema.

– Isso já não existe mais. Tendo em vista a quantidade de pessoas que têm que fazer parte da minha segurança, eu prefiro não participar. Fico em casa vendo televisão. E não dá mais para comer um cachorro-quente na rua. Mas, na minha vida pessoal, nada mudou. Trato as pessoas do mesmo jeito e, se Deus quiser, vamos continuar assim – falou.

TENTATIVA DE HOMICÍDIO
A apresentadora questionou se, como um homem de fé, Bolsonaro conseguiu perdoar Adélio. O presidente afirmou que, se dependesse dele, Bispo seria condenado a 30 anos de prisão.

– Ele sabia o que estava fazendo e tem que pagar. Tentou tirar de combate alguém que lutava pelo seu país. E, só para controle, ele foi filiado ao PSOL até 2014, tinha cartão de crédito internacional, uma pessoa tentou entrar na Câmara usando seu documento. Se ele fugisse, teria um álibi aqui em Brasília. Duas pessoas morreram na pensão onde ele estava morando. É muita coisa acontecendo e não está muito difícil de desvendar quem financiou essa ação criminosa – declarou.

Dentro do assunto de crimes, Bolsonaro citou o esforço do ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Moro, para conseguir o agravamento de pena.

– A ideia dele é aumentar o tempo de punição. Eu gostaria de fazer como nos Estados Unidos, onde cada estado tem seu código penal – falou.

EUA
Sobre sua relação com os americanos, Bolsonaro disse que sua visita ao presidente Donald Trump foi um momento ímpar.

– O que ele sofria lá é o mesmo que eu sofria aqui. E ele tem um discurso voltado ao crescimento de seu país. Tem feito um excelente governo. O desemprego caiu nos Estados Unidos. Conhecer o Trump e ser tratado como fui não tem preço – afirmou.

Quanto a Nova Iorque, Bolsonaro disse que decidiu não ir por causa do comportamento do prefeito Bill de Blasio.

– Uma coisa é enfrentar uma manifestação popular e outra é sofrer um movimento apoiado por um prefeito, que convocou militantes para jogar ovo em mim – disse.

O brasileiro confirmou que é possível que vá ao Texas para um evento organizado por autoridades locais.

DESEMPREGO NO BRASIL
Sobre o desemprego no país, o presidente disse acreditar que o índice é muito maior do que o divulgado.

– Quando eu falo, o IBGE me critica, mas são muito mais do que 13 milhões de desempregados. A pesquisa não pega quem está há mais de 1 ano sem procurar emprego nem quem recebe o Bolsa Família. Eu calculo mais de 25 milhões. Mas o problema que nós temos é a mão de obra cara do Brasil. O salário é pouco para quem recebe e muito para quem paga. O que nós estamos fazendo é registrar uma medida provisória para liberdade econômica – argumentou.

PREVIDÊNCIA
A apresentadora perguntou a razão de a reforma da Previdência ser tão urgente. Bolsonaro procurou explicar seus benefícios para que a atual situação econômica mude e, no futuro, as pessoas possam se aposentar.

– Ano após ano, você acumula um déficit bilionário. Então, chega um ponto que não vai conseguir e vai quebrar o Brasil. E agora temos uma oportunidade de salvar o país. Quem quer mais, vai pagar mais. Não temos outra alternativa e não é um projeto do meu governo, é um projeto do Brasil. (…) Com isso, a economia vai melhorar e vai ter como investir em saúde, educação – afirmou.

Fim da entrevista concedida ao programa de Gimenez Foto: Isac Nóbrega/PR

PRESENTE
No final na entrevista, Bolsonaro ganhou uma camiseta do seu time paulista, Palmeiras. Ele disse que, no Rio de Janeiro, torce para o Botafogo e que, por isso, ficará com o coração dividido na próxima disputa entre os dois times, no dia 25. Entretanto, não poderá assistir ao jogo por causa do casamento de seu filho, Eduardo Bolsonaro.

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