Rafael Ramos - 13/05/2019 12h26 | atualizado em 13/05/2019 12h41

Gislaine e Mylena se tornaram compositoras requisitadas no segmento pentecostal. As irmãs são versáteis e conseguem transitar por vários outros gêneros. Elas já escreveram canções românticas, letras para mães e até mesmo para crianças, como Sapo Abençoado e Aniversário, do projeto Bruna Kids; e Eu Li Na Bíblia, de Aline Barros.

A dupla contou ao Pleno.News que todas as canções são decorrentes de experiências em momentos de choro e quebrantamento com Deus. As primeiras composições nasceram há quase 20 anos, quando a dupla gravou o primeiro CD. Como diz Gislaine, foi o momento em que “Deus lapidou e começou a escrever a nossa história”.

– Hoje, eu fico maravilhada com tudo que vem. Como pode duas meninas do interior de Piúma (ES), com 24 mil habitantes, virem para o Rio de Janeiro, que tem vários sons diferentes? A gente chegou com sertanejo e levantamos essa bandeira do pentecostal – comemora Mylena.

Com músicas gravadas por vozes como Lauriete, Cassiane, Jozyanne e Léa Mendonça, a dupla também coleciona sucessos próprios. Em seus três álbuns lançados pela MK Music, as canções Dependente, Vou Voar, O Noivo Vem e Do Jeito de Deus são alguns das mais conhecidas.

– A gente gosta de escrever o que vive. A maioria dos meus cadernos são todos manchados porque choro muito para escrever – confessa Mylena.

Em paralelo à carreira musical está a família. As duas são casadas e Gislaine é mãe do pequeno Pietro. De acordo com as irmãs, o casamento mudou para melhor na hora de escrever as músicas.

– A gente fica mais sensível, mais forte, mais amável, mais compreensiva. O casamento e a criança só me fizeram bem – revela Gislaine.

Abaixo você confere um pouco da história por trás de alguns sucessos escritos pela dupla.

QUANDO DEUS TE TOCAR (Lauriete)
Lauriete foi corajosa em gravar a composição de duas meninas desconhecidas. Essa música foi de vários testes, várias noites escrevendo em cima do que ela gosta de cantar. Sempre fomos fãs de uma série de cantoras. Cresci ouvindo Lauriete e já sabia o que ela cantava. A música fala sobre milagre e o toque de Deus. A gente gosta de escrever sofrência, música forte que chama a igreja para um momento especial.

SANTIFICAÇÃO (Elaine Martins)
Santificação surgiu de músicas que a gente gosta de escrever sobre céu e arrebatamento. A gente vai a alguns congressos e vê um pessoal cantando sem sentimento ou com uma roupa muito indecente. Com o coração inflamado por isso, saiu a letra “Só entra no céu / Quem aqui for fiel”. A música fala sobre entrar na casa do Senhor, mas não pode ser desconsertado.

SE EU NÃO CONSEGUIR FALAR (Jozyanne)
Essa música veio de coisas que a gente viveu. Não sabíamos o que ela tinha passado (na época, Jozyanne descobriu que estava com lúpus) e a letra nasceu justamente num momento em que a gente estava vivendo de conflitos internos. Só Deus realmente sabia que as lágrimas falavam muito mais que as palavras. É uma música de sofrência e elas nascem quando a gente ora e passa alguns processos no altar. É sempre nesse momento de entrega.

DEPENDENTE (Gislaine e Mylena)
Dependente é a nossa vida. A gente ia louvar pela primeira vez no Louvorzão 93, em 2013, no Rio de Janeiro. Era um sonho realizado e, enquanto a gente estava no altar, nossos pais estavam vindo do Espírito Santo e sofreram um acidente na altura de Teresópolis. Quando a gente desceu do palco falaram que houve o acidente. Foi um processo muito difícil com nossos pais doentes e fomos quebrantadas ali. A gente precisava cumprir agendas, não tínhamos carro e precisávamos pedir aos vizinhos. Até que Deus se revelou a nós e disse que Ele ia fazer algo nesse processo. Assim, ela virou a canção da nossa vida.

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