Rafael Ramos - 02/10/2020 12h33 | atualizado em 02/10/2020 12h36

Finalista da 15ª edição do America’s Got Talent, nos Estados Unidos, o cantor Archie Williams, de 59 anos, passou 36 anos na prisão acusado de um crime que não cometeu. O caso veio à tona, em maio deste ano, na primeira audição de Archie no reality show.

O cantor foi preso em 1983, quando tinha 22 anos, acusado de estupro, tentativa de homicídio e ataque agravante contra uma mulher de 31 anos. Ele foi condenado à prisão perpétua, sem direito a condicional, mesmo com sua família afirmando que ele estava dormindo em casa na noite do ocorrido.

Em 1995, Archie pediu ajuda aos advogados da ONG Innocence Project, que revisa processos criminais e exames de DNA para comprovar a inocência de pessoas em diversas acusações. Em 2018, a ONG ajudou na absolvição do vendedor brasileiro Atercino Ferreira de Lima Filho, de 51 anos, que havia sido acusado de abusar sexualmente dos filhos.

O resultado do teste de DNA só foi revelado em 2009. Amostras colhidas na cena do crime foram compatíveis com o marido da vítima. Além disso, foram achadas digitais no local que identificaram um homem chamado Stephen Forbes, que já tinha sido preso, condenado por outros estupros. Forbes morreu em 1996.

Archie Williams foi solto da prisão somente em março de 2019. Jurado do America’s Got Talent, o produtor Simon Cowell se comoveu com a história do cantor e resolveu abraçar a causa. Simon tornou-se embaixador da Innocence Project e luta pela reforma do sistema judicial dos EUA.

Em sua última apresentação no programa, Archie cantou ao lado do pastor e cantor gospel Marvin Winans. Apesar de não ter vencido o reality, ele disse, em suas redes sociais, que chegar à final já representou uma grande vitória.

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