Ex-Record vira réu de novo por crime de importunação sexual
Acusação foi feita por produtora do programa Domingo Espetacular
Gabriela Doria - 26/10/2021 16h22 | atualizado em 26/10/2021 16h53

Envolvido em um escândalo sexual que resultou em sua demissão da Rede Record, em outubro do ano passado, o repórter Gerson de Souza virou réu em uma segunda acusação de importunação sexual. A denúncia partiu de uma ex-colega de trabalho do programa Domingo Espetacular.
Ainda em agosto de 2020, o Ministério Público denunciou Gerson por importunação sexual a quatro funcionárias da emissora do bispo Edir Macedo. No entanto, apenas uma acusação havia sido aceita pela Justiça.
Agora, após um recurso apresentado pela Promotoria, o Tribunal de Justiça de São Paulo concordou que o jornalista fosse acusado criminalmente por importunar sexualmente uma produtora do Domingo Espetacular.
Na denúncia, a produtora relatou ao Ministério Público que trabalhava diariamente com Gerson. Constantemente, ele dizia a ela coisas como “sua gostosa”, “sua delícia” e “com essa roupa que você está usando, o que vai fazer quando sair daqui?”.
A mulher também contou que, quando chegava à redação, Gerson a cumprimentava com um beijo próximo da boca e que a atitude a deixava com nojo. Ela diz ainda que, diversas vezes, o ex-colega colocava a língua para fora como se estivesse praticando sexo oral.
Em outras ocasiões, segundo a produtora, Gerson apertava seu braço e falava: “Sabe por que eu gosto de apertar essa parte do braço? Parece a pele da bunda, então, é como se eu estivesse apertando a sua bunda”.
Em sua decisão, a desembargadora Fátima Gomes, relatora do caso no TJ, indicou que as práticas descritas pela vítima, “em tese” se enquadram no crime de importunação sexual, previsto no artigo 215-A do Código Penal, e que prevê pena de reclusão de 1 a 5 anos.
Após a abertura do novo processo, Gerson de Souza terá um prazo para apresentar sua defesa. Só então a Justiça irá analisar os relatos e as provas, além de colher depoimentos de testemunhas.
À coluna de Rogério Gentile, do portal Uol, o advogado do repórter, Leonardo Magalhães Avelar, afirmou que irá recorrer da decisão.
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