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Bolsonaro dá recado a Maia e Alcolumbre: “Saiam às ruas”

Presidente Jair Bolsonaro deu entrevista à CNN e falou das manifestações e do coronavírus no Brasil

Henrique Gimenes - 15/03/2020 21h53 | atualizado em 15/03/2020 22h34

Neste domingo (15), o presidente Jair Bolsonaro comentou as manifestações que ocorreram a favor de seu governo e a questão do coronavírus no país. Ele também rebateu críticas feitas pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

As declarações foram dadas em uma entrevista à CNN Brasil, que estreou às 20h deste domingo. Bolsonaro explicou à emissora que os protestos de hoje foram motivados pela população cansada de “certas coisas” na política brasileira.

– Sabemos que esse movimento não foi de iniciativa minha. Foi marcado de forma espontânea por parte da população cansada de ver certas coisas que não fazem bem para a coisa pública, como a partilha de R$ 15 bilhões [no Orçamento] (…) Na quinta-feira, fiz um pronunciamento falando que o movimento tinha que ser repensado por causa do coronavírus (…) O povo resolveu ir às ruas e eu resolvi ver o que estava acontecendo. Passei de carro, não parei e depois fui para a Presidência. Lá eu fui conversar com o povo e tirei fotografias – afirmou.

O presidente também foi questionado sobre sua preocupação com as aglomerações nas manifestações e a questão da epidemia de coronavírus no país.

– Agora sabemos que, em aglomerações de pessoas, corre-se o risco do vírus deflagar de forma bastante grave no país. Agora é uma realidade, você vê os metrôs cheios, os ônibus cheios. Estádio de futebol. O carnaval foi uma coisa inacreditável. Agora é um vírus que você vai ter que enfrentar mais cedo ou mais tarde. Temo pelo pior sim, mas em momento nenhum, como alguns irresponsáveis querem, [dá para] colocar a culpa em mim por esse movimento. Não justifica. Essas pessoas querem se esconder e lançar uma cortina de fumaça sobre seu trabalho que não está sendo reconhecido por parte da população – destacou.

Para ele, devemos nos preocupar com a Covid-19 (causada pelo novo coronavírus), mas não podemos “entrar numa neurose”.

– Não fiquei preocupado em ter contato com as pessoas no Palácio do Planalto porque tomo minhas preocupações. É o povo. Sou o presidente da República e estive do lado deles. Muitos pegarão isso independente do cuidado que tomem. Isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde. Devemos respeitar e tomar as medidas sanitárias cabíveis, mas não podemos entrar em uma neurose. Outros vírus muito mais perigosos e letais que esse aconteceram no passado e não tivemos essa crise toda. Com toda a certeza há um interesse econômico envolvido nisso tudo para que se chegue a essa histeria. No passado, 2009 e 2010, tivemos uma crise semelhante por outro problema no mundo. Só que era o PT aqui no Brasil e os Democratas nos Estados Unidos. E a reação não foi essa que está havendo hoje em dia no mundo todo – ressaltou.

Bolsonaro também foi questionado sobre as críticas de Maia e Alcolumbre ao dar apoio aos protestos. O presidente disse respeitar os dois, mas pediu que eles fossem às ruas ouvir a população.

– Eu gostaria que eles saíssem às ruas como eu. Nós políticos temos responsabilidade e devemos ser quase que escravos da vontade popular. Saiam às ruas. Respeito os dois e não tenho nenhum problema com eles. Agora, prezado Davi Alcolumbre e prezado Rodrigo Maia, saiam às ruas e vejam como serão recebidos. Os acordos não têm que ser entre nós em gabinetes com ar-refrigerado, tem que ser entre nós e o povo. Eu quero a aproximação do Rodrigo Maia, quero a aproximação do Davi Alcolumbre. Respeito os dois parlamentares (…) Se nós chegarmos a um bom entendimento e partirmos para uma pauta de interesse da população, todos seremos bem tratados, reconhecidos e até idolatrados nas ruas. É isso que quero (…) Se quiser, eu vou ao Parlamento com vocês dois e vamos conversar. Vamos deixar de lado qualquer picuinha que porventura exista. O Brasil está acima de nós três – explicou.

Por fim, o presidente comentou as medidas que seu governo irá tomar contra os efeitos do coronavírus na economia do país. Ele disse que irá ampliar seu gabinete de crise para lidar com a situação, mas que é preciso manter a área econômica funcionando para não criar uma onda de desemprego.

– Conversei hoje com o chefe da Casa Civil. Instalaremos agora um gabinete de crise com mais gente para tomarmos providências em especial no tocante à economia. Certas medidas foram tomadas por governadores e eles têm autoridade, mas temos que ver até que ponto essas medidas foram por histerismo. Eu sei que a CBF vai se reunir amanhã. Você cancelar jogos de futebol contribui para o histerismo. Poderiam vender um percentual de ingresso levando-se em conta a quantidade de pessoas que comportam as arquibancadas. E não partir para simplesmente proibir isso ou aquilo, porque não vai, no meu entender, conter a expansão dessa forma, muito rígida. Devemos tomar providência, porque pode sim virar uma questão bastante grave, mas sem histeria. A economia tem que funcionar porque não podemos ter uma onda de desemprego no Brasil – apontou.

A estreia da emissora chegou as redes sociais, com a #CNNBrasil chegando a ser o assunto mais comentado no Twitter.

 

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