Henrique Gimenes - 29/09/2017 21h00

Após o Ministério Publico Federal (MPF) do Rio Grande do Sul recomendar a reabertura da mostra “Queermuseu – Cartografias da Diferença da Arte Brasileira”, o Santander Cultural informou, nesta sexta-feira (29) que não irá reexibir a mostra. A exibição teria duração prevista até o dia oito de outubro.

Em nota, a instituição afirmou que “A mostra Cartografias da Diferenças da Arte teve sua exibição finalizada no Centro Cultural de Porto Alegre, de cunho privado, no dia 10.9.17 e não será reaberta conforme comunicado do mesmo dia”.

Na quinta-feira (28), o MPF/RS havia notificado o Santander Cultural com a recomendação de que a exibição fosse reaberta ao público num prazo de 24 horas. Apesar de não ser obrigada a reabrir a exposição, a instituição pode enfrentar ação judicial.

Cercada de polêmicas, o Santander Cultural resolveu cancelar a exibição por entender que “desrespeitava símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo”. A mostra “Queermuseu” continha obras de Alfredo Volpi, Cândido Portinari e outros 83 artistas sobre diversidade. A exposição tinha duração prevista até o dia 8 de outubro.

O Movimento Brasil Livre (MBL) acusou a exibição de fazer apologia à pedofilia e zoofilia. O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) chegou a discutir com o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), no plenário da Câmara dos Deputados, após a interrupção da exibição. Os deputados Arolde de Oliveira (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) apoiaram o deputado Feliciano. Diversos movimentos artísticos e sociais ainda acusaram o cancelamento da mostra como censura.

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