Jade Nunes - 08/02/2019 10h24 | atualizado em 08/02/2019 10h37

O cineasta americano Woody Allen processou, nesta quinta-feira (7), a Amazon Studios. Ele exige uma indenização de 68 milhões de dólares (R$ 253 milhões) porque a empresa descumpriu um acordo para a produção de quatro filmes.

Segundo a denúncia, a Amazon se recusou a lançar o último longa do diretor, A Rainy Day in New York (Um Dia Chuvoso em Nova Iorque, em tradução livre), concluído há seis meses, devido a “uma acusação sem fundamento (de assédio sexual) de 25 anos atrás”, segundo Allen.

Dylan Farrow, filha do cineasta, alega ter sido abusada pelo pai quando tinha 7 anos, acusação que Woody Allen já negou diversas vezes.

O processo apresentado contra a Amazon, noticiado pela revista Variety, também culpa o estúdio por ter dado “apenas razões vagas” para abandonar o projeto.

– A Amazon tentou justificar a sua ação fazendo referência a uma acusação sem fundamento de 25 anos atrás contra Allen, mas essa acusação já era bem conhecida pela Amazon, antes que a empresa firmasse quatro acordos com Allen – diz o texto dos advogados.

Em 1992, a então namorada do cineasta, Mia Farrow, alegou na justiça que Allen tinha abusado de Dylan. O casal tinha adotado a menina.

O texto da defesa de Allen afirma que, em janeiro de 2018, após o surgimento do movimento #MeToo, contra o assédio sexual, a Amazon propôs ao diretor que o lançamento de A Rainy Day in New York fosse adiado para 2019, o que Allen aceitou.

No entanto, o documento apresentado pelos representantes legais de Allen acrescenta que em junho de 2018 o chefe jurídico do estúdio, Ajay Patel, enviou uma nota dando por terminado o acordo para a produção de quatro longas-metragens, e dizendo que a Amazon não tinha a intenção de lançar nenhum dos filmes.

O diretor pede agora o valor referente aos “pagamentos mínimos” derivados da produção dos quatro trabalhos, assim como uma compensação pelos danos e os honorários dos advogados.

*Com informações da Agência EFE

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