Rafael Ramos - 22/11/2018 12h21

Não há como negar que as plataformas digitais causaram uma verdadeira revolução tanto na vida de quem consome quanto na de quem produz música. Se na década de 40 o vinil foi a grande novidade, o cenário atual obrigou os artistas a se reinventarem.

Nesta quinta-feira (22), quando é comemorado o Dia do Músico, o Pleno.News conversou com especialistas do mercado para saber como cantores, bandas, instrumentistas e afins podem se adaptar a essa nova realidade. Em comum acordo, três entrevistados resumem o quanto os serviços de streaming facilitaram a forma de se divulgar um trabalho e o quão importante é que o artista se informe e procure se atualizar sobre o assunto.

Para João Soares, responsável pela área de Desenvolvimento de Negócios Artísticos da Fluve, um agregador para distribuição de músicas nas plataformas digitais, as pessoas vivem um tempo de transição do mercado da música. João afirma que o conceito de um álbum de 14 faixas lançado de uma única vez faz cada vez menos sentido no conceito atual do meio.

– O artista precisa ter uma estratégia clara de construção de uma audiência engajada nas plataformas digitais. Para artistas com uma audiência mais jovem é um processo mais conexo, visto que a sua audiência já está presente e engajada nas plataformas. Para os de carreira mais longa e/ou público-alvo mais velho, o desafio é maior – afirma João ao Pleno.News.

Segundo Alex Eduardo, CEO da Agência Petra, especializada em marketing digital e gerenciamento de carreira artística, o artista precisa estar em constante atualização sobre o que acontece à sua volta. Assim como João Soares, Alex também acredita que o lançamento de singles ao invés de uma obra maior facilita até mesmo o feedback do público.

– A principal mudança é a forma como o artista pode concentrar todos os esforços em uma única música, ao invés de trabalhar 10/12/14 faixas de um álbum. O músico tem a resposta mais rápida da receptividade ou não da direção musical que está apresentando para o seu público – resume Alex Eduardo.

Além da uma resposta mais rápida, o streaming possibilita tanto ao artista quanto ao consumidor um acervo maior de músicas a distância de um clique em seu smartphone. Na Deezer, por exemplo, o usuário pode encontrar mais de 53 milhões de músicas. Uma das responsáveis pela grande transição no modo de consumir música, a plataforma tem sido considerada a casa da música gospel.

Editor de Música Cristã no Brasil e na América Latina pela plataforma, Lincoln Baena destaca a liberdade criativa que o músico passa a ter com o advento do streaming na hora de lançar um projeto. Baena ressalta a importância de se informar e, principalmente, saber como o fã se comporta diante dos serviços.

– Quando a gente está muito adaptado às coisas antigas e acontece algo novo, muitos não procuram se readequar. Isso traz um prejuízo grande para a carreira do artista. Os artistas só podem tirar proveito das ferramentas se souberem como usar. Quanto mas ele conhece, com mais propriedade ele fala sobre o assunto – declara Lincoln Baena.

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