Morte do cantor Tim Maia completa 20 anos
Músico se tornou conhecido pela voz potente e por diversos problemas nos bastidores
Gabriel Gontijo - 16/03/2018 16h24 | atualizado em 19/03/2018 09h16
Há 20 anos, o Brasil perdeu uma das vozes mais marcantes da música nacional: Sebastião Rodrigues Maia, o Tim Maia. Nascido e criado na Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, era o caçula de 18 irmãos, todos filhos de Altivo Maia e Maria Imaculada Nogueira, donos de uma pensão que vendia quentinhas no bairro.
Desde cedo, ele participava de diversos bailes e festivais de música na cidade, tendo formado o grupo The Sputniks em 1957. O conjunto chegou a se apresentar na extinta TV Tupi, mas pouco depois a banda foi extinta.
Dois anos depois, em 1959, Tim mudou-se para os Estados Unidos onde teve contato com a música negra americana e o soul. A estadia em solo americano terminou em 1963 quando o cantor foi preso por roubo e posse de drogas. Com a prisão, Tim acabou deportado para o Brasil
Na volta ao país, o cantor chegou a gravar alguns compactos, além de ter algumas canções cantadas nas vozes de Roberto e Erasmo Carlos. Mas o cantor se tornou conhecido mesmo em 1970, quando gravou seu primeiro LP.
Um dos amigos mais próximos de Tim foi o também cantor Fábio. Os dois se conheceram em São Paulo, em 1969. Ele falou ao Pleno.News sobre a convivência de quase 30 anos com o Síndico, como também era conhecido Tim Maia.
– Definir minha amizade com o Tim, em poucas palavras, é difícil. Foi uma das amizades mais sólidas, fortes, duradouras e gratificantes que eu vivi. Eu observava a forma como ele lidava com a música e aquilo me enriqueceu. Eu já tinha uma bagagem, mas convivendo com ele, pude desenvolver coisas novas.
Apesar do inegável talento, Tim Maia ficou conhecido por faltar a diversos shows, além de problemas com drogas, algo que o perseguiu até seu falecimento. Ele também ficou conhecido pelo seu temperamento explosivo e pelas diversas brigas que se meteu nos bastidores.
– Ele se irritava fácil com as coisas, principalmente quando acontecia algo do jeito que ele não queria. Às vezes ele comentava comigo que iria mudar, mas não mudava. Ele era uma bomba prestes a explodir e, infelizmente, pagou caro por isso.
Apesar do gênio forte, Fábio se dava muito bem com Tim, tanto que era chamado carinhosamente de Fabiano pelo cantor carioca. Ele relembrou um dos muitos encontros que teve com o Síndico.
– Um dia, ele me chamou pra passar a noite na casa dele e eu fui lá na mesma hora. Conversamos e cantamos muito. Ele pediu para eu fazer um som no violão. Daí ele teve um momento que falou: “Fabiano, eu sonhei que a gente tocava no Magic Square Garden”. Isso foi em 1985. Uma pena que a vida não nos deu esse projeto.
No final da vida, Tim Maia teve o seu problema com drogas agravado e passou a sofrer com uma série de processos judiciais que afetaram sua vida financeira. Em 1998, o cantor não conseguiu iniciar aquela que seria sua última apresentação, no Teatro Municipal de Niterói. Ele passou mal e foi levado para o Hospital Universitário Antônio Pedro, localizado na cidade.
No dia 15 de março de 1998 vítima de hipertensão e edema pulmonar, Tim Maia morreu aos 55 anos.
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