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Morador da Maré, no Rio, fala sobre racismo em letras de rap

Kevin Motta, de 15 anos, decidiu fazer música depois de ter sofrido preconceito

Jade Nunes - 19/11/2017 10h15

Kevin Motta é um menino de 15 anos, negro, morador do Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro. A mãe é empregada doméstica. Um menino com uma história como tantas outras que se perdem na capital fluminense, se não fosse por um detalhe: Kevin faz rap e escancara na música a realidade que vive.

Em entrevista ao Pleno.News, o rapaz contou que começou a se dedicar à arte da rima cantada há quatro meses. A atitude foi motivada, segundo ele, por uma inquietação.

– Eu precisava me mexer e falar algo. Queria mostrar que o negro pode vencer na vida sim.

E ele deixa isso claro na letra de Rap do Racismo. Em um dos trechos, MC KM, nome que adotou para usar artisticamente, diz: “quem disse que preto não pode ser ator, quem disse que preto não pode ser doutor, quem disse que preto tem que ser ladrão, quem disse que o lugar de preto é na prisão?”

Exatamente por ter sentido o racismo na pele, Kevin percebeu a importância de abordar o tema e traçar o mesmo caminho de seus ídolos, entre os quais ele destaca os rappers brasileiros Sant e BK (além do preconceito, ambos retratam o dia a dia nas periferias do Brasil).

– O preconceito com gente de favela também existe, então imagine um negro morador de comunidade. A rejeição é grande para eles todos. Negros moradores de comunidades são vistos como bandidos. Essa questão também acaba tendo influência na minha música – reflete.

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