Michelle Nascimento: “A pandemia não veio me parar”
Cantora prepara um livro nesta pandemia e falou sobre projetos e ensinamentos
Camille Dornelles - 06/07/2020 12h40 | atualizado em 06/07/2020 12h44
Como agir frente à crise? A cantora Michelle Nascimento vive um momento inesperado em sua carreira neste ano, sendo obrigada a parar diversas atividades por causa da pandemia do novo coronavírus, assim como tantos outros.
Mas a artista decidiu se reinventar, mudar de direção e dar luz a novos projetos. Ela conversou com o Pleno.News sobre o lançamento de um livro, sua vida, carreira e ministério. Também compartilhou sua luta contra a ansiedade e ensinamentos que tirou de sua gravidez precoce.
Michelle, eu sei que a sua carreira na música gospel começou quando você tinha 21 anos e voltado para a igreja após um tempo afastada, certo? Como foi esse retorno para a igreja e a decisão de começar um ministério?
Eu engravidei com 16 anos, tive a minha filha Lavínia com 17. Hoje ela está com 18 anos. É a minha cara (risos), minha amiga, minha parceira. Quando eu tive a minha filha eu me afastei do Evangelho por quatro anos. Foi um momento muito tenso. Na realidade eu não tinha perspectiva de vida, de trabalho. Estava nova e fui mãe! Acho que tudo na minha vida foi muito precoce, muito cedo. Até que eu comecei a voltar devagarinho para a igreja por incentivo do meu pai, Tuca Nascimento. Eu sei que foi Deus quem usou o meu pai aí ele falou: “eu vou te gravar porque Deus mandou e Ele vai mudar a tua história”. Assim! Esse momento está marcado no meu coração porque eu duvidei, pensando “como que Deus vai mudar minha história? Não tem jeito. Mãe solteira, fora da igreja”. Mas voltei para os caminhos do Senhor, tive meu primeiro encontro com Deus, gravei meu primeiro CD (Toque de Fé) e passei cinco anos viajando para vários lugares divulgando… Fui para Israel… Tive muitas experiências que só Deus para fazer (acontecer).
Que lindo!
Eu falo na minha vida que tudo foi Deus. Deus foi muito misericordioso. Eu tinha parado de estudar com 16 anos e eu não sabia que Deus tinha escrito uma história linda para mim. E foi através do meu pai. Esse momento de sair da igreja não foi que eu me afastei de Deus, eu só queria sair de onde eu estava. Porque eu fui muito massacrada, psicologicamente falando, por ser muito nova. Tinham muitas pessoas religiosas que não souberam me amar, me abraçar. Foi um problema na comunidade. Eu acho que as pessoas não são descartáveis, elas erram na vida.
Você sentiu que Deus usou a sua experiência para alcançar outras pessoas?
Eu acredito. Acredito que Deus permite que essas coisas aconteçam. Ele não é conivente com o pecado, mas sabe te usar para alcançar pessoas. Gente que precisa do amor de Deus. Acredito que as pessoas não podem olhar o pecado como algo que não vai ter mais chance, as pessoas vão errar. Deus sabe o que está em nosso coração. Tem muita gente passando por várias coisas hoje. Passem por isso agradecendo a Deus pelo choro, mas também pelo sorriso que virá depois. Você vai ter as experiências e então como contar para as pessoas que “passei, não morri, acreditei e venci”.
E o que tem a dizer sobre o livro?
Eu estou escrevendo um livro nesse momento, o título vai ser Eu Sou Assim. É uma autobiografia. Eu sofro de ansiedade generalizada, síndrome do pânico, luto contra a depressão. Sei que tem milhares e milhares de pessoas sofrendo com isso. O medo de não saber o que vai acontecer no amanhã, medo de morrer, de ficar sem dinheiro. Os cantores estão sem cantar, sem viajar, sem ver as pessoas que nos amam… Isso me causou um baque muito grande e eu sentar para escrever, tendo ansiedade, está sendo… Nem sei a palavra certa! Está sendo uma aventura muito grande.
Eu queria saber como que tem sido para você, dentro da sua casa, esse momento difícil da pandemia?
Está sendo muito “punk” esse momento da pandemia, mas eu consegui descobrir muitas coisas em mim, sabe? A gente meio que parou com os trabalhos e ia ser um impacto financeiro muito grande na minha vida. E aí eu tive a decisão, financeira, de ir para a casa da minha mãe. Eu não tenho vergonha nenhuma de falar sobre isso, porque nós precisamos ter uma inteligência emocional financeira agora. Ninguém esperava a pandemia, então eu fui para me unir com a minha mãe. Lá eu estou cuidando dela, ela está cuidando de mim e da minha filha. As viagens me faziam ficar muito longe da minha mãe e a pandemia me levou para perto dela, do meu irmão, da minha família. E estar um cuidando do outro é muito bom. E eu estou escrevendo um livro, estou produzindo. Eu quero ser uma mulher que realmente faz a diferença no meio de uma pandemia. A pandemia não veio para me parar, mas para me dar mais gás para eu prosseguir.
Confira a entrevista completa no vídeo e podcast acima.
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