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Digão nega que tenha ironizado morte de Juliana Marins

Cantor afirmou que sua intenção foi chamar atenção para "descaso" do governo Lula

Thamirys Andrade - 01/07/2025 11h15 | atualizado em 01/07/2025 11h34

Digão e Juliana Marins Fotos: Frame de vídeo / Redes sociais | Arquivo Pessoal

O cantor Digão, da banda Raimundos, publicou um vídeo, nesta segunda-feira (30), a fim de explicar sua declaração envolvendo o posicionamento político de Juliana Marins, brasileira que morreu após cair de um penhasco na trilha do Monte Rinjani na Indonésia. O vocalista frisou que sua intenção nunca foi “ironizar” o caso, mas sim “abrir os olhos” para o “descaso” do governo Lula com os brasileiros em geral, incluindo seus próprios eleitores.

– Eu vinha de uma sequência de stories onde (sic) eu estava pressionando o governo, assim como um monte de gente estava fazendo junto. Principalmente a galera que é do meu posicionamento político. Então, quando eu vi a foto da [mochila da] Juliana [com botons de esquerda] e eu escrevi em cima, a minha intenção nunca foi fazer ironia ou deboche com a Juliana Marins. Minha intenção era abrir os olhos para o que estava acontecendo, para o descaso que esse governo fez com Juliana Marins e a família dela – iniciou Digão.

Na sequência, o guitarrista lembrou que o governo enviou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, e lhe dar asilo político. No caso de Juliana, porém, o Itamaraty afirmou inicialmente que não poderia ajudar no translado.

– A prioridade deles [governo] foi buscar uma corrupta condenada a 15 anos de prisão no Peru, que pegou o asilo na embaixada do Brasil porque ela sabe que no Brasil todo bandido é bem-vindo, e o Lula estalou o dedo, mandou o avião para lá, e deixou a família da Juliana Marins aqui nessa situação horrível de agonia – acrescentou.

Digão reconheceu que sua “maneira de escrever realmente é dura, tosca”, mas defendeu que falou a “verdade”.

– Nunca foi minha intenção ironizar, pelo contrário, foi ajudar e abrir os olhos para o que está acontecendo neste país. Não tem como, como a esquerda gosta de falar, tudo é política. Não tem como a gente desvencilhar e passar pano, e deixar as coisas como estão. Já tem tempo que isso acontece, esse descaso com o governo em tragédias que acontecem no país, como foi nas enchentes do Rio Grande do Sul, as queimadas da Amazônia, dos índios Yanomami que estão abandonados morrendo. Isso me revolta muito – desabafou.

Por fim, o músico ponderou que sua vida seria mais fácil se ele se calasse sobre questões políticas e se limitasse a questões artísticas, mas afirmou que não fugirá à “luta”.

– Seria muito mais fácil para mim ficar quieto, e viver minha vidinha fazendo shows e não me envolver. Mas eu não consigo. Eu sou brasileiro, eu não fujo à luta. E é isso; quero que principalmente a família da Juliana Marins saiba que nunca foi minha intenção fazer deboche ou ironia como estão falando por aí. Eu tenho muito respeito – reiterou.

ENTENDA
Digão provocou polêmica nas redes sociais, no último domingo (29), ao relacionar a morte da brasileira Juliana Marins com o posicionamento político dela. A jovem, que caiu de um penhasco na trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, tinha botons com a frase “ele não” em sua mochila. O mote é usado desde as eleições de 2018 para expressar contrariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

– Quando mundo dá a volta, não adianta chorar e fingir surpresa… #ELESIM mandou o f***-se pra vocês – escreveu ele nos stories do Instagram, gerando um reboliço de comentários no X.

Juliana Marins perdeu a vida enquanto fazia um mochilão pela Ásia. Na ocasião do acidente, ela participava de uma trilha até o vulcão Rinjani, na Ilha de Lombok, junto de outros turistas e um guia contratado por meio de uma empresa de viagens.

Segundo relatos de funcionários do parque e do próprio guia, Ali Musthofa, Juliana cansou-se e pediu uma pausa. Musthofa, contudo, a deixou sozinha e saiu para fumar. Durante o período, a jovem acabou escorregando na trilha, caindo de um penhasco a uma profundidade de 300 metros.

Desde o último dia 21, a viajante aguardou socorro, escorregando cada vez mais para dentro da cratera, e gerando comoção em todo o Brasil. No último dia 24, ela foi encontrada pela equipe de resgate já sem vida. O caso despertou uma onda de indignação entre internautas que acreditam que houve negligência no socorro da brasileira e também no translado do corpo.

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