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Sequência de filme da Lava Jato mostrará prisão de Cabral

Longa abordará momentos marcantes da operação, como a investigação sobre Joesley Batista e Temer

Jade Nunes - 15/07/2019 14h02

Elenco do segundo filme deve mudar em parte

Alguns dos fatos mais marcantes da Operação Lava Jato, como a prisão do ex-presidente Lula, de 73 anos, e o vazamento de supostas mensagens do ministro da Justiça, Sergio Moro, de 46 anos, não deverão aparecer na sequência do filme Polícia Federal: A Lei é para Todos, que inicia gravações neste semestre.

A nova produção, que já está com roteiro pronto, deverá mostrar o andamento da Lava Jato, após a condução coercitiva de Lula, ocorrida em março de 2016 e exibida no final do primeiro filme. A partir daí, ela abordará o aprofundamento das ações em Brasília e no Rio de Janeiro, saindo do foco em Curitiba.

– A prisão de Lula não passa por um assunto investigativo, que é o foco do filme. Depois que os fatos da Lava Jato vão para o Judiciário deixa de interessar no ponto de vista cinematográfico. A gente quer fazer um filme investigativo. O imbróglio jurídico não é interessante – explicou o diretor Marcelo Antunez, durante a feira de segurança ISC Brasil 2019, que aconteceu no fim de junho em São Paulo.

Segundo o cineasta, o filme mostrará a investigação sobre o empresário Joesley Batista e a JBS; sobre o ex-presidente Michel Temer; e sobre o deputado Aécio Neves (PSDB); além das prisões do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB); e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB).

– Cabral é tão complexo que daria para fazer um outro filme, acho até que poderia ser uma série. Mas não queria deixar de tê-lo na trama, já que ele foi um marco importante. Até porque, quando Cabral é preso e não consegue sair, liga uma luz vermelha em muita gente – avalia o diretor.

Ele ainda brinca que o segundo filme será uma espécie de Império Contra Ataca, numa referência ao filme da série Star Wars.

– É quando a Lava Jato começa a se abrir e se aprofundar nas investigações, e vários grupos começam a se incomodar, se preocupar, e começam a reagir.

Antunez continua:

– Enquanto a investigação estava focada no empresariado, os deputados e o Congresso de forma geral não se mexiam. Quando ela começou a incomodar o Congresso, o Executivo permaneceu tranquilo. A Lava Jato então chegou ao Executivo, e assim sucessivamente.

Entre os fatos marcantes da política nacional que estarão na produção, está o impeachment de Dilma Rousseff, em agosto de 2016, que o diretor avalia como um momento marcante, já que o MDB chega à Presidência num período em que as investigações, até então focadas no PT, avançam sobre o partido.

Com expectativa para um terceiro filme, Polícia Federal 2 deverá mostrar o andamento das investigações da Lava Jato até meados de 2017, destacando a apreensão de R$ 51 milhões, atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, apreendidos em um apartamento em Salvador. O dinheiro seria resultado de propina.

Com a mudança do foco de Curitiba para Brasília e Rio de Janeiro, o elenco também deve sofrer mudanças significativas neste segundo filme, que deverá ser lançado no segundo semestre de 2020, embora alguns atores sejam mantidos, como Bruce Gomlevsky, que vive o delegado Julio César no primeiro longa.

HISTÓRIAS REAIS
O personagem de Julio, assim como os demais que aparecem em Polícia Federal: A Lei é para Todos, não têm relação direta com a realidade. Segundo Antunez, eles foram criados a partir das coletas de informações da Lava Jato, tendo havido fusão de características de personagens e criação de novos.

– Isso não é um documentário – afirma o diretor, destacando que Julio, o personagem que concentra os maiores embates pessoais do filme, foi criado para dar uma maior humanização à história.

– É um projeto para entreter, queremos o apelo dramático, mas sem defender lados – completa Antunez.

– São fatos reais, não distorcemos os fatos, tudo consta nos autos. Não os diálogos, mas os acontecimentos estão todos lá – completa o produtor Tomislav Blazic, que diz ser uma responsabilidade muito grande tratar de histórias reais.

Ele ainda comparou Polícia Federal: A Lei é para Todos com a série O Mecanismo (Netflix), que também aborda a Operação Lava Jato, e diz que elas não têm qualquer ligação.

– O Mecanismo optou por ser uma produção ficcional, apenas inspirada em fatos reais, nós somos baseados em fatos reais.

*Folhapress

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