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Vestibular associa aumento do neonazismo a Bolsonaro e direita

Prova de universidade federal foi cancelada por causa de polêmica

Paulo Moura - 22/08/2025 12h53 | atualizado em 22/08/2025 15h46

Bolsonaro durante ato em São Paulo Foto: EFE/ Sebastiao Moreira

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) cancelou uma prova de vestibular após uma polêmica causada por um tema de redação que vinculava o crescimento do neonazismo no Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao avanço da direita. O exame, aplicado em 10 de agosto para candidatos a cursos de Educação a Distância (EAD), provocou indignação entre estudantes, professores e parlamentares.

Na prova, os alunos eram instigados a escrever sobre o “avanço do neonazismo no Brasil” e os “desafios para a democracia no século XXI”, tendo como base textos de apoio que citavam a multiplicação de células neonazistas a partir de 2019, “na esteira do discurso do presidente Jair Bolsonaro”. O material ainda mencionava que esses grupos se identificariam com o “nacionalismo exacerbado do bolsonarismo”.

Prova de vestibular ligou Bolsonaro e direita a neonazismo Foto: Reprodução/Vestibular UFS
Texto que ligou Bolsonaro ao neonazismo Foto: Reprodução/Vestibular UFS

A professora Denise Leal Albano, do curso de Direito da UFS, classificou o caso como “assédio ideológico claro, escancarado e devidamente documentado”. Já o vereador Lúcio Flávio (PL), de Aracaju, afirmou que os estudantes foram submetidos a uma “experiência constrangedora” e prometeu adotar medidas contra o que chamou de “crime de proselitismo político em ambiente público educacional”.

Diante da repercussão, a UFS anunciou o cancelamento da prova e alegou que não tem acesso prévio ao conteúdo das questões, elaborado por profissionais contratados para a Comissão de Concursos Vestibulares (CCV). Em nota, a instituição disse repudiar qualquer forma de radicalismo ideológico e reafirmou seu compromisso com a “democracia, pluralidade e diálogo”.

No entanto, críticos da instituição apontam que a universidade privilegia atividades ligadas à esquerda. Em maio, foi realizado na UFS o Encontro dos Estudantes Petistas de Sergipe, que contou até mesmo como carga horária complementar para os participantes. Já eventos ligados a grupos liberais ou conservadores, segundo a professora Denise Albano, enfrentam entraves.

– Se acontece algum evento promovido por estudantes e professores liberais-conservadores, eles [militantes] invadem para tumultuar ou fazem ameaças – relatou.

A nomeação do atual reitor da UFS, André Maurício Conceição de Souza, também foi celebrada por políticos de esquerda, como o deputado federal João Daniel (PT), a deputada estadual Linda Brasil (PSOL) e o ex-governador Jackson Barreto.

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