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Unicef diz que vacina não deve ser requisito para acesso à escola

Representante da entidade ressaltou que o papel dos governos é priorizar a recuperação da educação

Paulo Moura - 28/01/2022 10h41 | atualizado em 28/01/2022 11h07

Unicef destacou que aulas presenciais não podem ter como condição a vacinação Foto: EFE/Joédson Alves

Em uma declaração feita nesta quinta-feira (27) em defesa da abertura de escolas pelo mundo, a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore, afirmou que a vacinação contra Covid-19 não deve ser imposta por governos como pré-requisito para liberação do ensino presencial. De acordo com ela, a medida prejudica o acesso à educação.

– Não façam da vacinação um pré-requisito para o ensino presencial. Ao se condicionar o acesso à educação presencial à vacinação contra a Covid-19, corre-se o risco de negar às crianças o acesso à educação e aumentar as desigualdades – destacou Fore.

De acordo com a entidade, estima-se que 616 milhões de crianças estejam atualmente afetadas pelos fechamentos total ou parcial das instituições de ensino. A diretora executiva ressaltou que o papel dos governos é priorizar a recuperação da educação, permitindo que as crianças voltem à escola.

– Precisamos de ações ousadas para permitir que todas as crianças voltem à escola. Isso inclui fornecer apoio abrangente com foco particular em crianças vulneráveis em cada comunidade, como aulas de recuperação, apoio à saúde mental e à nutrição, proteção e outros serviços essenciais – ressaltou.

Henrietta ainda defendeu que os governos vacinem professores e funcionários de escolas imediatamente e disse que estas pessoas “devem ser totalmente apoiadas e ter prioridade para receber as vacinas contra a Covid-19, uma vez que os profissionais de saúde da linha de frente e as populações de alto risco sejam vacinados”.

Confira abaixo o pronunciamento feito pela diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, em 27 janeiro de 2022:

“À medida que a variante Ômicron da Covid-19 continua a se espalhar por todo o mundo, pedimos aos governos que façam tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que a educação das crianças seja interrompida ainda mais.

Para evitar uma catástrofe do ensino e colocar as crianças de volta no caminho do aprendizado, o Unicef recomenda o seguinte:

Manter as escolas abertas. Estima-se que 616 milhões de crianças estejam atualmente afetadas pelo fechamento total ou parcial das escolas. Sabemos que as medidas de mitigação ajudam a manter as escolas abertas. Também sabemos que os investimentos em conectividade digital podem ajudar a garantir que nenhuma criança seja deixada para trás. Precisamos de ações ousadas para permitir que todas as crianças voltem à escola. Isso inclui fornecer apoio abrangente com foco particular em crianças vulneráveis em cada comunidade, como aulas de recuperação, apoio à saúde mental e à nutrição, proteção e outros serviços essenciais.

Vacinar professores e funcionários de escolas imediatamente. Professores e funcionários de escolas devem ser totalmente apoiados e ter prioridade para receber as vacinas contra a Covid-19, uma vez que os profissionais de saúde da linha de frente e as populações de alto risco sejam vacinados.

O Unicef apoia a vacinação de crianças assim que as vacinas estiverem disponíveis para elas e quando os grupos prioritários estiverem totalmente protegidos. Não façam da vacinação um pré-requisito para o ensino presencial. Ao se condicionar o acesso à educação presencial à vacinação contra a Covid-19, corre-se o risco de negar às crianças o acesso à educação e aumentar as desigualdades. Em consonância com as recomendações da OMS, o Unicef recomenda manter as escolas abertas e garantir que as estratégias de controle da Covid-19 dos países facilitem a participação das crianças na educação e em outros aspectos da vida social, mesmo sem a vacinação de crianças e adolescentes.

Em condições de crise, sempre há decisões difíceis, e reconhecemos os desafios sem precedentes que a pandemia de Covid-19 está criando para os sistemas escolares em todo o mundo. Mas as apostas são muito altas. Devemos fazer coletivamente tudo o que pudermos para manter as crianças na escola.”

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