Tarcísio defende recusa de livros do MEC e quer material melhor
Governador disse que busca por livros didáticos que sejam compatíveis com São Paulo
Pleno.News - 10/08/2023 19h48 | atualizado em 11/08/2023 10h39
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a defender, nesta quinta-feira (10), a decisão do secretário de Educação, Renato Feder, de recusar 10 milhões de livros didáticos comprados pelo Ministério da Educação (MEC) para todas as escolas públicas brasileiras.
– Estamos padronizando todas as aulas, todos os conteúdos. De maneira que teremos o mesmo conteúdo em todas as regiões do estado. O que se busca? Um material didático que seja compatível – afirmou o governador.
E completou:
– Temos uma equipe de 100 educadores dedicados ao desenvolvimento desse material.
Depois da repercussão negativa da ideia de focar as aulas em slides digitais passados na TV, o governo acena com a manutenção de livros didáticos, mas não serão os mesmos usados no país todo e em escolas particulares de ponta da capital. São Paulo continua fora do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e voltará a imprimir apostilas que já existiam na rede estadual.
Ao defender a opção de abrir mão dos livros do MEC, o governador ressaltou a experiência do secretário.
– O Feder trabalhou nesse sentido no Paraná. Quando chegou lá, o Paraná era o sétimo colocado no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. Quando saiu de lá, era o primeiro. Tiveram um salto e, quando você dá esse salto, fica mais fácil, você consegue manter – disse Tarcísio.
INVESTIGAÇÕES
Depois da decisão do estado de recusar os 10 milhões de livros do PNLD, o Ministério Público pede “justificativas pedagógicas e financeiras” da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. A promotoria pede que o governo explique quem faz os materiais didáticos estaduais, a qual avaliação eles são submetidos e qual será o investimento.
Os livros do MEC são enviados de graça para todos os estados.
A Procuradoria-Geral de Justiça também apura suspeita de conflito de interesses entre Feder e a pasta que ele comanda. Feder é sócio de uma offshore dona de 28,16% das ações da Multilaser, empresa que mantém contratos de R$ 200 milhões com a sua pasta, o que motivou a investigação.
Ao todo são três contratos para o fornecimento de 97 mil notebooks para a rede pública estadual. Na última segunda (7), Feder disse que a Multilaser não participará de nenhuma licitação da Secretaria da Educação enquanto ele estiver no governo.
PROTESTO
Neste quinta, Tarcísio participou de evento na USP, no qual apresentou o projeto da planta-piloto de uma estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol. Enquanto o projeto era apresentado no auditório da Escola Politécnica, alunos da USP protestavam do lado de fora.
Com gritos e cantos que chamavam Tarcísio de “genocida”, os estudantes cobravam respostas sobre 16 mortes ocorridas em Guarujá durante a Operação Escudo, após o assassinato de um policial militar.
Na saída, o governador foi questionado pelo Estadão sobre a manifestação dos alunos.
– Nem vi – disse.
*AE