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Psicóloga fala de medidas para tornar escolas mais inclusivas

Currículo adaptado, provas diferentes e acompanhamento de monitor são algumas das medidas

Camille Dornelles - 10/11/2017 12h22 | atualizado em 10/11/2017 12h44

Escola deve oferecer acompanhamento e recursos diferenciados a deficientes Foto: SMCS/Daniel Castellano

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sobre educação inclusiva para surdos, acionou um alerta na população sobre as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam para poder aprender.

A psicóloga Ana Carolina Praça, diretora da Consultoria de Inclusão Escolar, conversou com o Pleno.News para explicar como, baseadas nas leis vigentes, as escolas podem oferecer o melhor ensino possível a essas pessoas.

– O Brasil tem muitas leis sobre a inclusão, algumas bem antes de nossa Constituição. Deficientes visuais têm direito à alfabetização em braille e trabalho diferenciado com estímulos diversos (táteis, auditivos etc); surdos precisam de intérprete de Libras; e pessoas com dificuldades motoras na escola, por exemplo, podem precisar de engrossadores de lápis.

Ela explica, ainda, que as diferenças entre os deficientes devem ser respeitadas, inclusive dentro de uma mesma restrição, e que os educadores precisam se atentar às individualidades dos estudantes.

– Duas pessoas com um mesmo quadro de deficiência visual, por exemplo, vão necessitar de adaptações distintas. Pois antes de serem deficientes visuais, são pessoas com suas especificidades. Não há “receita de bolo” sobre o que elas precisam. É importante considerar o que já sabem e partir daí – explicou.

A jovem Luna de Barros, de 24 anos, tem deficiência auditiva e declarou que, durante seu período escolar, sempre recebeu auxílio dos professores e dos próprios colegas, o que foi fundamental para seu desenvolvimento.

– Mesmo assim, sempre enfrentei dificuldades para acompanhar as aulas. As pessoas tinham que ter paciência comigo e eu sei que a correção das minhas provas era diferente. Imagino quem não teve esse tipo de ajuda, como deve ser difícil – revelou.

Luna recebeu acompanhamento do corpo docente, mas, para a psicóloga, as escolas deveriam oferecer mais do que isto, como currículo e materiais adaptados, avaliações diferenciadas e um plano educacional individualizado.

– Sempre considerando, claro, o que aquele indivíduo precisa de fato. Um bom exemplo é o mediador. Autistas têm direito a mediador escolar, entretanto não será todo autista que irá se beneficiar desse profissional – completa.

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