MEC: 54% dos alunos com 8 anos tem problemas de leitura
Avaliação aponta que alunos da rede pública também têm resultado insuficiente em matemática
Henrique Gimenes - 25/10/2017 16h06 | atualizado em 25/10/2017 16h57
O Ministério da Educação divulgou, nesta quarta-feira (25), que mais de 54% dos alunos com idade de 8 anos das escolas públicas do Brasil possuem conhecimento insuficiente em leitura e matemática. Os dados são da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) de 2016 feita com alunos do final do 3º ano do ensino fundamental.
Em 2014, a mesma pesquisa mostrou que 56,17% dos alunos tiveram desempenho insuficiente na habilidade de leitura, contra os 54,73% de 2016. Em matemática o desempenho também é similar, com 57,07% em 2014 e 54,46% no ano passado. O exame de 2016 foi aplicado em novembro para mais de dois milhões de crianças.
As maiores dificuldades encontradas na leitura, segundo a ANA, são a de ler palavras que possuem mais de uma sílaba e identificar o assunto de um texto, além da dificuldade de reconhecer linguagem figurada em poemas, tirinhas e textos. Já na parte de matemática, as dificuldades estão em reconhecer figuras geométricas, valores monetários de cédulas, contar objetos e completar sequências numéricas.
Com relação à habilidade de escrita, os resultados apresentam uma melhora. Apenas 34% dos alunos com idade de 8 anos do final do 3º do ensino fundamental apresentaram desempenho insuficiente. Entre as dificuldades estão problemas de grafia, textos ilegíveis e falta de coesão. De acordo com o MEC, diferenças metodológicas entre os testes de 2016 e 2014 impedem que os dados sejam comparados.
Política Nacional de Alfabetização
O Ministério da Educação lançou também, nesta quarta, a Política Nacional de Alfabetização. O objetivo da medida é combater os índices apontados na Avaliação Nacional de Alfabetização. As iniciativas irão envolver a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a formação de professores, o protagonismo das redes e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
Será criado ainda o Programa Mais Alfabetização, que contratará professores assistentes para trabalhar em salas de aulas junto com os professores titulares nos 1º e 2º anos do ensino fundamental. A intenção é que o projeto atenda cerca de 4,6 milhões de alunos a partir do próximo ano.
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