Henrique Gimenes - 20/02/2019 17h27 | atualizado em 20/02/2019 20h29

O governo federal planeja realizar uma revisão no banco de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para remover os itens que apresentem ideologia de gênero. Para isso, será montada uma comissão formada por quatro pessoas para analisar as questões.

A informação foi dada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, ao jornal O Globo. De acordo com o presidente do instituto, Marcus Vinicius Rodrigues, a medida tem por objetivo fazer com que as provas “tenham alinhamento mais adequado” com a sociedade.

– Num primeiro momento, faremos com o Enem e pretendemos, sim, fazer com todas as provas. Nosso objetivo é fazer com que as provas mantenham o respaldo técnico que já têm. São provas excelentes, mas também queremos fazer com que essas provas busquem o conteúdo usando termos e posições que tenham alinhamento mais adequado com a nossa sociedade – explicou.

À publicação, Marcus Vinicius Rodrigues disse que os indicados para a comissão terão “legitimidade e conhecimento” necessários para as análises. Para ele, questões que contenham ideologia de gênero, por exemplo, não servem para avaliar o conhecimento profissional.

– Não sei como uma questão de ideologia de gênero poderia medir o conhecimento de um profissional que venha a atuar no mercado. Como ela, provavelmente, não vai mensurar esse conhecimento, vou sugerir, sim, que uma questão que tenha essa conotação não conste na prova – ressaltou.

No Enem de 2018, uma questão causou polêmica por tratar do “vocabulário secreto de gays e travestis”. Na ocasião, Jair Bolsonaro, já eleito presidente, chegou a criticar o item e o classificou como “doutrinação desacerbada”.

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