Confira como ter um currículo transparente e de sucesso
Mentiras e inconsistências no currículo podem acabar com boas oportunidades
Camille Dornelles - 02/07/2020 13h40
Um profissional de décadas de carreira e boas indicações de colegas pode perder uma grande oportunidade por inconsistências no currículo. Isso mostra que não bastam boas referências se o candidato mentir no currículo.
A rede social LinkedIn, voltada para contatos profissionais, também percebeu que os usuários forjavam informações em seu perfil. Em 2013, a plataforma implantou um mecanismo chamado Sistema Interativo de Checagem dos Fatos, para identificar mentiras no currículo virtual.
O empresário Lucas Oggiam, diretor da empresa de recrutamento Page Personnel, afirmou que a mentira invalida até as informações verdadeiras.
– Todo o trabalho que o profissional fez, as batalhas que ele teve que enfrentar e os obstáculos que teve que superar podem ir por água abaixo ao ser desmascarado em um simples processo de análise curricular. Executivos levam anos para construir uma carreira sólida e ter uma reputação respeitada, mas podem perder tudo isso em questão de minutos ao fraudar um currículo – aponta o consultor.
As principais inconsistências de um currículo são no nível de idioma, datas de início e fim de experiência e formação iniciada e não concluída. Para nunca mais errar, o Pleno.News procurou dicas de profissionais sobre como preencher o CV corretamente.
NÍVEL DE IDIOMA
A recrutadora e consultora empresarial Viviana Nishiura deu dicas de como preencher o nível de idioma da forma correta.
– “Básico” é quando conhece estruturas gramaticais principais e entende palavras soltas num discurso. “Intermediário” é aquele que conhece gramática e vocabulário, lê e escreve bem, mas a fala e compreensão ainda são lentas. Já o “avançado” é aquele que tem bastante conhecimento de gramática e vocabulário, lê e escreve com certa fluência. Cria frases mais rápido e tem dificuldades com a compreensão verbal em conversas rápidas. Por fim, o “fluente” é o que fala e entende tudo o que uma pessoa normal diz. Mas a maioria desses são os que pedem para o recrutador falar mais devagar – explica.
INÍCIO E FIM DA EXPERIÊNCIA
A coordenadora de RH Ivy Cunha explicou que não são todas as experiências profissionais que devem ser elencadas, mas as três últimas ou mais relevantes.
– No campo de experiências profissionais, o candidatos deve destacar o nome das três últimas empresas, o período em que atuou em cada uma, com mês e ano de entrada e saída, o cargo e atividades exercidas – aponta.
FORMAÇÃO NÃO CONCLUÍDA
Oggiam também explica que não é necessário indicar uma formação que o candidato não concluiu. No entanto, se achar relevante para a vaga pretendida, é imprescindível indicar que o curso está incompleto.
– Tem muito executivo que faz isso porque acha que é uma forma de dar um upgrade na sua formação. O que ele não sabe é que fazemos uma varredura em todas as informações declaradas no currículo e isso inclui a conclusão de cursos, sejam eles de graduação, extensão ou de qualificação – apontou.
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