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Concurso público em tempos de crise. O que fazer?

Especialistas afirmam que investir nas carreiras públicas ainda é uma boa opção profissional

Gabriela Doria - 31/08/2017 15h06

Provavelmente você já ouviu o conselho de algum familiar ou amigo dizendo para você estudar para concurso público. Estabilidade, salários atraentes e carga horária definida costumam ser as qualidades mais procuradas pelos concurseiros. Entretanto, o caminho até tomar posse do cargo é longo e certamente difícil, visto a grande concorrência. Somado a isso, uma crise financeira que atingiu em cheio o país, culminando em números recordes de desemprego e leis que limitam o gasto público, os concursos parecem apenas, no momento, uma possibilidade distante. Afinal, ainda vale a pena estudar para o funcionalismo público?

De acordo com Paulo Estrella, diretor da Academia do Concurso, uma das maiores escolas preparatórias do Rio de Janeiro, o momento de crise é a melhor hora para começar a se preparar.

– As pessoas estão receosas, elas não estão vislumbrando a possibilidade de um concurso. Principalmente porque a mídia está falando incessantemente de corte de gastos, de redução do funcionalismo público, de crise. Mas as vagas continuam sendo ofertadas. Então, neste momento, as pessoas não estão se preparando. Significa que a concorrência está menor, as pessoas estão estudando menos. O que, por sua vez, deixa as notas de corte menores. Então, quem está se preparando agora, tem mais chances de se sair bem.

Governo continua abrindo editais para concursos públicos Foto: Pixabay

Ainda segundo Paulo, embora a crise econômica afete o funcionalismo, os empregos públicos continuam sendo uma opção mais democrática, já que a aprovação só depende do esforço do candidato.

– Diferentemente de uma empresa privada, onde diversos fatores contribuem para a contratação e promoção do empregado, o concurso público exige apenas a capacidade do candidato de estudar e fazer uma prova, que é igual para todo mundo. Você não precisa ser indicado, conhecer tal pessoa ou ter um currículo invejável. Basta apenas estudar e fazer uma boa prova.

Entretanto, segundo o economista Fábio Guimarães, as pessoas devem esperar a diminuição na oferta de vagas, principalmente para o Executivo Federal e Estadual.

– Os Governos, de um modo geral, estão com suas contas deficitárias, com isso precisam fazer economia e algumas leis recentes procuram ditar regras para essas economias. É o caso da “Lei do Teto de Gastos”, Emenda Constitucional 95, que limita por 20 anos o teto de gastos públicos. Temos também a aprovação da lei que dita as regras para a Recuperação Econômica dos Estados, uma das cláusulas de negociação dos Estados com a União é a proibição de aumentar seu gasto com pessoal.

Contudo, Fábio ressalta que, embora o governo fale de “enxugar a máquina pública”, há diversas medidas que podem ser tomadas além do corte de vagas do funcionalismo público.

– A contratação de pessoal efetivo é apenas uma das variáveis que precisam ser consideradas. Uma gestão pública eficiente precisa planejar esse “enxugamento” levando em consideração a manutenção das suas atividades fins essenciais, e buscando otimizar seus gastos em rubricas como funcionários de carreira, cargos comissionados, custeio, privilégios inaceitáveis em pleno século 21.

Para o psicólogo recém-formado João Gabriel Duarte, de 25 anos, os concursos públicos ainda são a melhor opção profissional.

– É uma saída para a falta de empregos, além de ser a garantia de estabilidade profissional. Mesmo com a crise no Estado, funcionários públicos sem receber e benefícios atrasados, acredito que isto seja a exceção e não a regra.

Apesar do otimismo, o rapaz é realista quanto à conquista do cargo e sabe que irá enfrentar uma grande concorrência.

– Sei que é bem concorrido, não tenho a ilusão de que seja fácil. Mas também não é impossível. Além de muito esforço, conto com a ajuda de Deus – afirmou o psicólogo.

 

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