Camille Dornelles - 03/12/2018 09h03 | atualizado em 15/04/2019 10h44

O jovem Juliano Morimoto Borges, de Ribeirão Preto, São Paulo, tornou-se o brasileiro mais jovem a conquistar um doutorado. Ele conquistou o título em novembro de 2016, aos 25 anos e seis meses, pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Sua história foi conhecida na última semana, após Morimoto procurar a nossa reportagem. Até então se acreditava que o doutor mais jovem do país era o piauiense Guilherme Lopes, que conquistou o título em maio deste ano, aos 26 anos.

SUPERAÇÃO
Filho de pai caminhoneiro e mãe aposentada, Morimoto estudou durante a vida inteira em escolas públicas e ingressou na universidade através da cota social. Ao Pleno.News, ele afirmou que foi incentivado à carreira acadêmica pela irmã, formada em Química, e por um professor de matemática do ensino médio.

– Minha irma é cientista, e influenciou muito minha formação (mesmo sem saber). Olhava os cadernos dela da faculdade e sempre tive contato com o ambiente acadêmico graças a ela. Ele (professor) mudou minha trajetória e ele é que me fez ser o que sou. Ele acreditou em mim, e me mostrou que tudo era possível. E por acreditar, me fez acreditar em mim mesmo – revelou.

Mesmo assim, precisou enfrentar problemas.

– Em muitos momentos pensei em desistir da vida. Enfrentei várias dificuldades durante minha vida pessoal e profissional, incluindo passar fome, frio e depressão. Elas me levaram a tentar acabar com a minha própria vida. Mas nada como bons amigos para nos salvar, não é mesmo? – relatou.

Morimoto se graduou em Biologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em quatro anos e meio. Durante esse tempo, inclusive, fez intercâmbio no Elettra Sincrotrone Trieste, na Itália. Logo após a graduação pulou para o doutorado, com 22 anos.

PROJETOS FUTUROS
O jovem doutor trabalha atualmente como pesquisador da Universidade Macquarie, da Austrália, e é membro da Sociedade Real de Biologia. Morimoto irá lançar um livro sobre geometria nutricional para alunos de escolas públicas no Brasil em breve, uma adaptação de seus estudos.

O projeto faz parte de uma parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e será disponibilizado gratuitamente pelo órgão.

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