“Brasil não irá mais a reuniões sobre educação no Mercosul”
Abraham Weintraub afirmou que os "custos são elevados e os resultados objetivos das discussões nulos"
Henrique Gimenes - 29/11/2019 15h39 | atualizado em 02/12/2019 17h38
O Brasil deixará de participar das reuniões de coordenação de políticas educacionais do Mercosul por entender que os custos são elevados e os resultados objetivos das discussões, nulos, afirmou nesta sexta-feira (29) o ministro Abraham Weintraub (Educação).
Ele disse que os demais participantes dessas conversas foram avisados nesta sexta da mudança de postura do governo brasileiro e ressaltou que a decisão do país “praticamente” não terá impacto no que já está em andamento.
– Tudo que tiver de iniciativa na área de educação vai ser mantido. A única coisa é que essas reuniões não vão mais acontecer com a presença do Brasil. É só isso, porque, na prática, nada foi obtido. E o pouco que está sendo discutido é bilateral. Então, na prática, significa economia de recurso do pagador de imposto para mais painel fotovoltaico, para mais creche, para mais ônibus escolar. Esse que é o impacto – afirmou.
Weintraub reclamou que, na reunião que deveria acontecer nesta sexta-feira, somente o Paraguai enviou seu ministro da Educação.
– A Argentina mandou alguém da embaixada, e o Uruguai não mandou ninguém. Então é um grupo que já não funcionava mais, mas tinha custos – disse.
O Brasil adotará reuniões bilaterais com os demais países do bloco -Argentina, Uruguai e Paraguai. “Não estamos saindo do Mercosul, estamos apenas não mais participando, na parte educacional, das reuniões do Mercosul”.
Questionado sobre os custos das reuniões, estimou que seriam um volume significativo nesses 28 anos de Mercosul.
– Estamos falando de uma coisa com R$ 30 milhões, mas é um número oficioso, não oficial – disse.
As bilaterais também terão custos, admitiu, mas têm “começo, meio e fim” e um objetivo claro.
Universidades Federais
Na entrevista, Weintraub anunciou a liberação de R$ 125 milhões em recursos extras neste ano para universidades federais. Desse valor, 65% terão que ser usados para aquisição de placas fotovoltaicas, que convertem a luz do sol em energia.
Os demais 35% poderão ser empregados para conclusão de obras paradas ou em andamento. O dinheiro é da Sesu (Secretaria de Educação Superior).
O ministro afirmou que a implementação dos painéis solares deve gerar uma economia de até R$ 25,5 milhões ao ano na conta de luz das universidades.
“A placa tem expectativa de vida de 50 anos. Vai economizar R$ 1 milhão direto do orçamento dele [do reitor]. Vamos colocar um painel fotovoltaico porque no ano que vem ele já tem R$ 1 milhão. Mas no outro ano você vai ter de novo esse R$ 1 milhão de economia – disse.
Em outubro, Weintraub anunciou a liberação de todo o orçamento das universidades e institutos federais bloqueado neste ano. O valor liberado, R$ 1,1 bilhão, veio de remanejamentos internos do MEC.
No início do ano, o ministério teve um congelamento total de R$ 5,8 bilhões e depois desbloqueou, no fim de setembro, R$ 1,9 bilhão.
A pasta ainda sofreu um corte de R$ 926 milhões, como a o jornal Folha de S.Paulo revelou, em um remanejamento orçamentário feito para atender negociações de emendas parlamentares no trâmite da reforma da Previdência.
*Folhapress
Leia também1 Jair Bolsonaro comemora: "Brasil respira novos ares"
2 Jair Bolsonaro acusa DiCaprio de "tacar fogo na Amazônia"
3 Bolsonaro decide não comprar produtos anunciados na Folha