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Tchutchucalizar pode mudar o destino do Brasil

Virgínia Martin - 04/04/2019 19h21 | atualizado em 05/04/2019 12h22

Zeca Dirceu, deputado pivô da confusão na sessão da CCJ sobre a reforma da Previdência Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Quem diria! A palavra tchutchuca subiu nas redes sociais, escalando o trendings topics. Só para lembrar, trata-se de uma gíria que significa “bonita”, “gatinha”. Ficou conhecida por causa de uma banda chamada Bonde do Tigrão, um grupo de cantores de funk carioca. O termo ganhou fama.

Agora “tchutchuca” volta ao hit parade. Desta vez no cenário político. Para alguns, Paulo Guedes reagiu bem à crítica ácida e emblemática do deputado federal do PT, Zeca Dirceu. O petista, filho de um dos políticos mais corruptos do país, José Dirceu, disse que o ministro da economia era “tigrão” para um público e “tchutchuca” para outro. Para outros, Paulo Guedes foi desmoralizado por não ter argumentos diante das cobranças dos adversários. Formou-se, assim, a confusão na Comissão de Constituição e Justiça.

A forma de tratamento foi pesada: aposentados, idosos, professores, povo pobre… têm sido tigranamente tratados por Paulo Guedes, enquanto banqueiros, gente rica, têm sido tchutchucalizados pelo ministro. Crio os neologismos porque o Brasil está ficando acostumado com eles. Guedes esbravejou na reunião: “tchuchuca é a sua mãe, é a sua avó”.

Pausa na cena. Estamos refalando sobre uma ocorrência em plena sede do governo, com homens que formam opiniões, leis, argumentos e que mudam o destino do país. Enquanto estes e tantos outros líderes investem mais energia em verbalizações circenses do que em estratégias que demandam seriedade, o brasileiro vai aumentando seu poder de criatividade cômica. O que deveria ser solução tende a tornar-se memes, incredulidade com doses de humor, argumentos bélicos entre grupos de Direita e de Esquerda. E nada de desenvolvimento de ações. Que pauta lamentável a CCJ rendeu. O tchutchucalizar desta quarta-feira (3), certamente, promoveu melhores decisões para o Brasil.

Qual será a próxima atuação desta turma do CCJ de Brasília?

Virgínia Martin é editora-chefe do Pleno.News. Formada em Jornalismo, com pós-graduação em Propaganda e Marketing, em Comunicação Empresarial e em Pedagogia, tem mestrado em Multimeios.

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