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O que resta no país para você depois da torcida?

Virgínia Martin - 18/06/2018 09h38 | atualizado em 18/06/2018 09h48

A estreia do Brasil na Copa foi barulhenta. E só! Muita programação em família, cardápios variados, decorações temáticas, algumas bandeirinhas ostentadas aqui e ali, esquemas de trânsito e segurança nas ruas, serviços especiais em restaurantes… E um empate para começar.

As estratégias de marketing buscam mobilizar o país para tudo o que envolve a bola e o gramado. Até Lula vai ser comentarista dos jogos. Esta ação de publicidade política deve representar um “golaço” na obcecada ideia de que o ex-governante poderá ser candidato e… eleito presidente do Brasil. E a bola rola…

Diante de uma pesquisa (Datafolha) que revelou que mais da metade dos brasileiros mostra não ter interesse na Copa, a mídia fez força para transmitir um Brasil entusiasmado. Reportagens mostraram preparativos e reações pré e pós jogo. Comentaristas também entram em cena, assim como os memes da ocasião. Tudo parece mover a indústria do futebol, chamado como paixão nacional.

Paixão de brasileiro poderia ser o barulho e o engajamento por uma terra menos desfavorecida em suas oportunidades de trabalho, de educação, de saúde, de tecnologia, de qualidade de vida para os que nela nascem. Sem querer ser demagoga, penso que o povo precisa de alegria e conquistas. Só que futebol passa. O que fica é um cenário caótico, promovido pela inabilidade funcional de tantas esferas administrativas. O que resta depois dos jogos é uma contínua falta de combate ao hospedeiro mais maléfico de nossa sociedade: a corrupção.

Os jogadores continuarão ganhando seus milhões, a Lava-Jato permanecerá enfrentando desafios em seu trabalho de “limpeza” nacional, o nível de desemprego poderá ou não crescer. Estradas, escolas, hospitais, comunidades e todo contexto verde-amarelo continuará imerso em uma rede de tensões. Que troféu ganharemos?

Eu vi uma menina estudando para a prova, enquanto os gritos nas ruas estavam aflitos pelo gol do Brasil. Senti mais orgulho dela do que de qualquer torcedor patriota. Pleno News quer se juntar à torcida nacional. Quer, primeiramente, ver resultados mais relevantes nos processos de desenvolvimento de cidadãos. Porque junto com o gol tem que existir a vitória do Brasil no dia-a-dia de todo brasileiro.

Virgínia Martin é editora-chefe do Pleno.News. Formada em Jornalismo, com pós-graduação em Propaganda e Marketing, em Comunicação Empresarial e em Pedagogia, tem mestrado em Multimeios.

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