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Mulheres carecas e as redes do bem e do mal

Virgínia Martin - 06/08/2018 14h01 | atualizado em 06/08/2018 17h45

Carol Venâncio despertou uma campanha contra discriminação a mulheres carecas por causa do tratamento quimioterápico Foto: Reprodução Facebook

A repercussão do caso do Colégio Notre Dame de Brasília segue adiante. Redes sociais reverberam a “corrente do bem” em favor do respeito e do afeto humano. Basta uma boa causa para que as postagens ganhem volume e peso diante da sociedade cibernética.

Desta vez, a proposta veio da ONG Vencedoras Unidas, que trabalha com pacientes portadoras de câncer. A onda de protesto veio após a notícia de que a freira Loiva Urban, diretora do Colégio Notre Dame de Brasília, sugeriu que Carol Venâncio, que luta contra o câncer, e mãe de uma aluna da escola, cobrisse a cabeça porque sua imagem era “agressiva à sociedade”. O incômodo veio do fato da mãe da estudante estar careca, devido ao tratamento, e não usar lenço ou peruca.

A partir da última sexta-feira (3), as mulheres da ONG Vencedoras Unidas criaram a campanha Agressivo É o Preconceito e passaram a postar várias imagens de mulheres sem cabelos, guerreiras pela vida.

– Ter câncer não é vergonhoso. Nossa imagem NÃO é agressiva. O que é agressivo é a forma como os pacientes oncológicos são tratados por pessoas que não sabem o que é respeitar o próximo! – diz trecho da publicação do perfil @vencedorasunidas, no Instagram.

A freira diretora confirmou o que disse, argumentando que a imagem de Carol assustava a todos. Diante do recente episódio, a escola anunciou que a irmã Loiva foi exonerada do cargo. E assim, lá se vai mais um caso de desmoralização cibernética. Entre processos e descalabrados, aumenta a fileira de ocorrências que tentam validar ofensas em um mundo que pede para acabar com qualquer tipo de discriminação. Postagens com teor racista também fazem parte desse rol. Assim como comentários ofensivos às mães que amamentam publicamente e mostram o seio, àqueles que são chamados de gordos, aos idosos, aos que se vestem fora dos padrões. E nossa aldeia global vai buscando soluções para essas e outras investidas contra o ser humano.

O Pleno.News certamente acompanha essas ações e reações. Somos um canal de comunicação contra políticas discriminatórias em todos o âmbitos, principalmente em um país de cultura escravocrata como a nossa. Vale lembrar que preconceito é um julgamento prévio negativo que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos. Estereótipo é um atributo dirigido a determinadas pessoas que atua como um carimbo ou rótulo, que também retrata um prejulgamento. E discriminação é a denominação atribuída a uma ação ou omissão violadora do direito das pessoas com base em critérios injustificados e injustos tais como: raça, sexo, idade, crença, opção religiosa, nacionalidade etc… Em pleno século 21, esses três elementos ainda brigam entre si.

Nesse caso de Carol, gosto de me lembrar da cantora e pastora Ludmila Ferber em sua luta contra o câncer. Completamente sem cabelos, ela tem recebido apoio de todos, tem sua fé em Deus fortalecida e ainda tem servido como exemplo para tantas mulheres que guerreiam durante a quimioterapia. Neste sábado (4), ela postou um novo vídeo em seu Instagram. Compartilhou a perda dos cabelos em decorrência do quarto ciclo de quimioterapia. E foi respeitada e amada do mesmo jeito.

Vida longa para as mulheres doentes e carecas e para o mundo colaborativo do bem nas redes sociais!

Virgínia Martin é editora-chefe do Pleno.News. Formada em Jornalismo, com pós-graduação em Propaganda e Marketing, em Comunicação Empresarial e em Pedagogia, tem mestrado em Multimeios.

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