Como assim? Mulher é solta, presos sofrem, Ceará em caos
Virgínia Martin - 11/01/2019 18h22 | atualizado em 14/01/2019 12h59
Nesta semana, o rosto de Cyntoia Brown foi estampado em vários dos principais jornais do mundo. O caso da presidiária de 30 anos chamou atenção pelo ato de clemência que foi solicitado para que ela ganhasse liberdade após 15 anos de reclusão. Aos 16 anos, Cyntoia foi presa por ter matado Johnny Allen, nos Estados Unidos, em legítima defesa, após sofrer vários abusos sexuais. Mesmo com o argumento de que estaria tentando se livrar do estupro e da morte, a adolescente foi condenada à prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional até 2055.
Mas, entre os severos julgamentos e rígido contexto do sistema prisional americano, o caso de Cyntoia desponta como uma história dramática de uma menina que, ainda tão nova, teve sua vida aprisionada sem chance de recuperação. O resgate, no entanto, veio do governador do Tennessee, Bill Haslam, que concedeu clemência à Cyntoia Brown nesta segunda-feira (7). O caso excepcional foi noticiado e a mulher, que agora tem 30 anos, receberá liberdade condicional em 7 de agosto. Fecha o caso.
Na outra ponta, outro caso dramático chama atenção para o horror da crise do sistema carcerário nacional. Há uma semana, aqui mesmo no Brasil, ondas de violência no Ceará evidenciam o caos e o descontrole sobre penitenciárias e atos de facções. Bandidos queimam ônibus e detonam bombas pelo estado. De onde vem esta avalanche de comandos? Fecha o segundo caso.
Por isso, em Pleno Entrevista, entrevistamos uma mulher que há 32 anos vem trabalhando na área de criminologia. Especializou-se e, como gestora de presídio, conhece bem os desdobramentos da política carcerária e todas as demandas que podem deflagrar uma guerra no asfalto. Newvone Ferreira defende o ser humano e acredita na necessidade da ressocialização, mas mostra o lado sombrio dos presídios. Para ela, do jeito que está, presos tendem a morrer atrás das grades como bichos ou sairão da prisão piores do que entraram. Vale ler as respostas da especialista a fim de entender estes e outros casos.
Virgínia Martin é editora-chefe do Pleno.News. Formada em Jornalismo, com pós-graduação em Propaganda e Marketing, em Comunicação Empresarial e em Pedagogia, tem mestrado em Multimeios. |
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