Onde está a capacidade de lutar sem fanatismo?
Virgínia Martin - 09/05/2018 08h00
Encontrei uma amiga antiga. Era uma estratégica evangelista. Agora é uma pró-Lula.
– E aí, vermelha, como vai você? – perguntei.
Ela agarrou minha pergunta com toda a força e disse que estava indo para Curitiba e lá ficaria debaixo de chuva ou sol para lutar por seu presidente.
Não aguentei e acrescentei:
– Ah, você está falando do alcoólatra que deve estar tendo crises severas de abstinência na cadeia. Mas fora dela fez parte de um governo repleto de corrupção?
A amiga quase surtou. E eu respeitei seu direito de ir e de lutar, ouvi seus argumentos e refiz meus laços de amizade acima de tudo.
Mas compliquei a conversa com outra colocação. Será que a querida amiga, tão imbuída de conhecimentos bíblicos, teria a mesma coragem, tempo, desprendimento, garra, para ficar acampada em uma zona de guerra ou mesmo em uma cracolândia, em uma ponte com moradores de rua, tudo para libertá-los do caos, prioritariamente produzido pela cadeia de corrupção? Quem terá essa disposição?
Independentemente de fanatismos e obsessões, o Pleno.News quer fazer esta pergunta a cada pessoa que possui um senso humano, minimamente cristão. O que cada um de nós seria capaz de fazer para “matar” a fome imediata e minimizar a dor de gente em situação de risco?
Como mulher cristã, isso sempre me incomoda. Como editora do portal, isso me machuca e me inquieta rumo a uma reportagem diferenciada. O que estará por vir?
Virgínia Martin é editora-chefe do Pleno.News. Formada em Jornalismo, com pós-graduação em Propaganda e Marketing, em Comunicação Empresarial e em Pedagogia, tem mestrado em Multimeios. |
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