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A morte de Anthony Bourdain e o suicídio na mídia

Virgínia Martin - 08/06/2018 14h31 | atualizado em 08/06/2018 14h37

A cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no mundo. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde a morte de Marilyn Monroe até Robin Williams, o suicídio passou a ser considerado um grave problema de saúde pública. Em terras brasileiras temos o Setembro Amarelo como marca de luta de “todos contra o suicídio”. Só que ainda não basta.

Hoje várias mídias noticiaram a morte do conhecido Anthony Bourdain. Ele se enforcou em um quarto de hotel na França. O norte-americano Bourdain era uma celebridade. Atuava como apresentador de TV e era chef de cozinha. Três dias antes, outra celebridade praticou o autoextermínio. A estilista norte-americana Kate Spade, dona de um reinado de bolsas no mercado da moda foi encontrada morta em seu apartamento em Nova York.

Os índices prosseguem apontando o alarme vermelho para o urgente tema, inclusive entre líderes religiosos. E não precisamos ser especialistas para saber o quanto a depressão, como patologia, tem ligação direta com o suicídio, além do transtorno de bipolaridade, a esquizofrenia, e o abuso e a dependência do álcool e de drogas sintéticas. Trata-se de um fenômeno extremamente complexo.

O que também chama atenção, porém, é a forma como o suicídio vem sendo abordado pela imprensa em todo o mundo. Muitas vezes, de maneira superficial ou sensacionalista. Comumente divulgado quando uma pessoa famosa tira a própria vida. E assim, o assunto tende a ser subestimado.

A OMS já identificou que a cobertura da mídia sobre suicídio age como uma estratégica para ajudar a prevenir tal ato. Ou pode ter o efeito contrário. Segundo Dan Reidenberg, especialista em saúde mental e prevenção do suicídio, “um aumento no número de suicídios logo após a cobertura da mídia tem a ver com a frequência das notícias, sua colocação, imagens, detalhes dos meios utilizados e a linguagem utilizada”. Ou seja, a elaboração de uma divulgação jornalística pode ser ajuda ou não quanto a temática.

Reidenberg é um dos presidente da Mídia Internacional e Força-Tarefa contra o Suicídio. Ele ressalta que é importante que a imprensa evite explicações simplistas, mas deve esclarecer sobre a complexidade dessa questão. Pleno News quer fazer parte da ala que contribui com maior esclarecimento. E divulgamos Prevenção do Suicídio: um manual para profissionais da mídia. Para a sociedade vale a conscientização, para a família vale a prevenção, para os segmentos religiosos vale a oração. E para a imprensa vale mais preparo.

Virgínia Martin é editora-chefe do Pleno.News. Formada em Jornalismo, com pós-graduação em Propaganda e Marketing, em Comunicação Empresarial e em Pedagogia, tem mestrado em Multimeios.

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