Recuperação judicial inicia 2025 em alta após ter recorde em 2024
Primeiro mês deste ano teve 162 requerimentos de recuperação
Paulo Moura - 18/03/2025 10h57 | atualizado em 18/03/2025 10h58

O mês de janeiro de 2025 registrou alta de 8,7% na quantidade de pedidos de recuperação judicial em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados são do Indicador de Falências e Recuperações Judiciais da Serasa Experian e refletem uma tendência que se repetiu ao longo de 2024, quando o Brasil registrou um recorde de pedidos de recuperação.
De acordo com a Serasa, o primeiro mês deste ano teve 162 solicitações, sendo a maior parte delas oriundas de micro e pequenas empresas, com 79,6% do total. Já na divisão entre os setores, o de serviços registrou 54 requerimentos, seguido pela indústria (47), setor primário (42) e comércio (19).
No ano passado, o país registrou recorde de pedidos de recuperação judicial desde o início da série histórica, com 2.273 solicitações. O volume representou um aumento de 61,8% em relação a 2023. No último ano, as micro e pequenas empresas também foram as mais impactadas, com 1.676 pedidos, enquanto as médias empresas registraram 416 solicitações. As grandes companhias tiveram 181.
Somente em dezembro, último mês do ano, foram registrados 188 pedidos de recuperação judicial, um aumento de 84,3% em relação ao mesmo mês de 2023. A maior quantidade para um mês em 2024 ocorreu em agosto, quando 238 empresas fizeram requerimentos de recuperação.
Em 2024, alguns pedidos de recuperação de empresas de grande porte chamaram a atenção e foram mais midiáticas, como o caso da Gol Linhas Aéreas, que iniciou seu processo de recuperação judicial em janeiro de 2024 nos Estados Unidos, com base no Chapter 11, e teve o pedido aceito pelo Tribunal de Falências de Nova Iorque. A empresa apresentou uma dívida de R$ 20,17 bilhões em dezembro de 2023.
Outra companhia conhecida a pedir recuperação foi a SouthRock, operadora da franquia Subway no Brasil, que apresentou requerimento em março de 2024, após a matriz global cancelar sua licença de operação. Em meio à reestruturação, a administração das lojas da rede no país foi assumida pela Zamp.
Já em abril, foi a vez da varejista Casas Bahia optar pela medida para negociar uma dívida de R$ 4,1 bilhões. O plano foi homologado pela Justiça em dois meses, com adesão total dos credores envolvidos.
Recentemente, houve o caso do requerimento apresentado pela Bombril, que entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro de 2025 justificando contingências tributárias no valor de R$ 2,3 bilhões. A Justiça acatou a solicitação, e a empresa terá até 60 dias para apresentar seu plano de reestruturação.
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