Rápido e barato? Alta dos preços encarece “miojo” e pesa no bolso
Macarrão tipo Lámen teve alta acumulada em 12 meses de quase 25%
Marcos Melo - 04/04/2023 17h40 | atualizado em 04/04/2023 19h06
O macarrão instantâneo, ícone da alimentação rápida e barata, não escapou do aumento de preços que acomete a economia brasileira. Ele continua rápido de fazer, mas barato já não se pode afirmar. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a massa tipo Lámen teve alta acumulada em 12 meses de quase 25% até fevereiro deste ano.
O crescimento é cinco vezes maior que o patamar geral do índice, que encerrou o segundo mês do ano em 5,6%, dando continuidade às quedas registradas nos últimos meses.
A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) explica o aumento do preço da seguinte forma: o Brasil não produz a quantidade de trigo suficiente para abarcar toda a produção nacional. Logo, é preciso importar mais da metade do volume de trigo necessário para suprir a demanda do nosso mercado. Desta forma, produtos como o macarrão instantâneo ficam sujeitos às variações da cotação do dólar. Aproximadamente 70% do custo do alimento vem da farinha.
O grupo também lembra que a guerra entre Rússia e Ucrânia, que juntos representam 30% do trigo consumido no mundo, também altera a relação comercial com o insumo e, respectivamente, seu valor no mercado.
Outro fator, citado pelo economista da FGV Ibre, Matheus Peçanha, é a questão climática.
– Os custos com grãos subiram muito em 2020 por causa do La Niña. Isso afetou também o custo da proteína animal. Ainda temos problemas de seca no Sul – observou.
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