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Pix: Novidade pode aumentar consumo desenfreado

Especialistas acreditam que a educação financeira fará falta no uso da nova ferramenta

Monique Mello - 12/11/2020 16h41

O PIX possui facilidades e riscos Foto: Divulgação/Banco Central

No próximo dia 16, começa a valer oficialmente o chamado PIX, novo meio de pagamentos e transferências disponibilizado pelo Banco Central. Ao contrário dos atuais TED e DOC, que funcionam apenas no horário comercial, o sistema permitirá que pessoas físicas e jurídicas realizem transferências ou pagamentos instantâneos a qualquer momento. Os usuários têm feito seus cadastros desde o dia cinco de outubro, quando o sistema entrou em fase de operação restrita para realização de testes.

Se por um lado essa novidade amplia muito as opções de pagamentos e transferências bancárias, sem custos, bastando cadastrar uma chave no novo sistema para poder receber as transferências, por outro lado, também existem riscos.

O Professor Leandro Silva, coordenador dos cursos de gestão do Centro Universitário Newton Paiva, afirma que o sistema oferecerá muitas vantagens aos usuários, como redução de custos, aumento da segurança e aprimoramento da experiência dos clientes.

– O PIX também deve aumentar a competitividade no mercado financeiro, uma vez que forçará as instituições tradicionais a repensarem seus produtos para manterem seus clientes satisfeitos – afirma.

Sobre a segurança, um fator importante para os usuários, Leandro acredita ser um diferencial na nova ferramenta.

– O Banco Central garante que todas as transações ocorrerão por meio de mensagens assinadas digitalmente, que trafegam de forma criptografada, em uma rede protegida e apartada da Internet. Além disso, as informações pessoais dos usuários estarão protegidas pelo sigilo bancário e as medidas de segurança já adotadas em TEDs e DOCs – explica o professor.

No entanto, há alguns cuidados que precisam ser tomados e fatores, inclusive comportamentais, a serem considerados.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), acredita que a facilidade trazida pelo novo sistema pode influenciar no consumo compulsivo.

– O que mais me assusta é que essa é uma nova ferramenta para facilitar os gastos desenfreados da população, fator que já é bastante alto e leva milhões de consumidores ao endividamento. As pessoas terão que ter muito mais cuidado na hora das compras – disse.

Para especialistas, o PIX pode impulsionar o consumismo e o endividamento Foto: Freepik

Ambos os especialistas também alertam sobre golpistas que podem se aproveitar da facilidade da nova ferramenta.

É importante ter ciência de que todas as etapas do cadastro e ativação do PIX são feitas pelos aplicativos oficiais das instituições financeiras. Quaisquer contatos por e-mail, SMS ou telefone têm grandes chances de serem fraudes. Além disso, a utilização do sistema exigirá um cuidado extra com a proteção dos smartphones, que serão a principal ferramenta utilizada nas operações.

O PIX servirá como um facilitador, porém sendo necessária uma certa prudência.

– Ele pode ser o ocasionador da entrada de milhões de pessoas para o cheque especial e outras linhas de crédito, aumentando ainda mais índices que já são assustadores – aponta Reinaldo.

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