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Ometto diz que governo viola leis e aumenta impostos pelas bordas

"Governo está metendo a mão, querendo taxar tudo", observou presidente do Cosan

Thamirys Andrade - 09/06/2024 12h29 | atualizado em 10/06/2024 18h26

Rubens Ometto Foto: Reprodução / Frame de vídeo / YouTube / Esfera Brasil

Embora tenha doado uma quantia milionária ao Partido dos Trabalhadores (PT) no ano das eleições de 2022, o presidente do conselho do conglomerado Cosan, Rubens Ometto, criticou severamente a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Fórum Anual do Grupo Esfera, neste fim de semana.

Na ocasião, Ometto disse que o governo desrespeita o espírito das leis aprovadas pelo Congresso e adota estratégias que aumentam agressivamente a arrecadação de impostos “pelas bordas” para ampliar os gastos públicos.

Ometto condenou o sistema de controle de gastos conhecido como arcabouço fiscal, afirmando que ele incentiva o governo a “taxar tudo”. Segundo o empresário, essa postura gera uma reação negativa em cadeia na sociedade, prejudicando o país e criando um mau exemplo vindo das autoridades.

– Como vamos melhorar nosso país se a autoridade máxima desrespeita as leis? – questionou.

No evento, Ometto também citou mudanças recentes nas regras que afetam as empresas.

– Eles estão mudando as normas e as regulamentações para arrecadar mais. Uma lei é publicada de um jeito e depois soltam normas para te morder e para te autuar. Isso aconteceu com as mudanças das regras do Carf, com a mudança do crédito presumido do IPI, com a mudança dos créditos do PIS/Cofins e com a desoneração da folha. Eles estão preocupados em morder e estão fazendo isso. E quando você faz isso, você desrespeita a lei e cria um péssimo exemplo – citou.

O empresário ressaltou a ineficácia de aumentar impostos, afirmando que o dinheiro seria melhor utilizado nas mãos da iniciativa privada, que gera emprego e produz com eficiência. Ele defendeu programas sociais como o Bolsa Família, mas criticou o governo por querer administrar um Estado que só cresce.

– Temos de bater nessa tecla: o dinheiro na mão da iniciativa privada rende muito mais para o país do que na mão do governo. Quando eles fazem esse aumento de arrecadação, eles estão tirando o dinheiro de quem trabalha com eficiência, de quem gera emprego, de quem produz, e passando para o Poder Executivo, que não tem essa habilidade – salientou.

Ometto também abordou a questão dos juros altos no Brasil, apontando a insegurança jurídica como um fator significativo para os elevados custos de financiamento. Segundo ele, se o governo organizasse a questão fiscal, os juros cairiam e o país voltaria a crescer, como ocorreu no primeiro mandato de Lula.

A Medida Provisória 1.227, recentemente aprovada, foi um dos pontos críticos mencionados por Ometto. Conhecida como MP da compensação, ela deve gerar uma arrecadação extra de R$ 29,2 bilhões por ano, mas especialistas já identificaram trechos inconstitucionais no texto. Ometto expressou preocupação com a influência do Executivo sobre o Judiciário, o que, segundo ele, leva a uma interferência prejudicial entre os Três Poderes da República.

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