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No Brasil, cresce diferença salarial por anos de estudo

Pessoas com ensino superior têm renda cinco vezes maior

Ana Luiza Menezes - 11/08/2018 15h00 | atualizado em 11/08/2018 16h43

Pessoas com mais escolaridade estão ganhando cinco vezes mais no Brasil Foto: Pixabay

Segundo dados do estudo feito pelo pesquisador Sergio Firpo, professor do Insper, uma pessoa com ensino superior completo pode ganhar até 5,7 vezes mais do que os demais trabalhadores. A diferença salarial é vista como um dos efeitos provocados pela crise econômica brasileira.

Apesar de um diploma universitário não ser a garantia de um emprego, ele assegura um salário maior. Atualmente, um trabalhador com ensino superior completo tem um rendimento médio de R$ 4.911,66, enquanto um brasileiro com até um ano de estudo ganha R$ 859,81.

A diferença deste ano é maior do que foi no ano passado. Porém, a situação já esteve pior em 2012, quando pessoas mais escolarizadas ganhavam quase 500% mais que os que tinham até um ano de estudo.

Para os brasileiros com ensino médio completo, o diferencial neste ano em relação a quem tem o superior completo também aumentou cerca de 169%.

A pesquisa explicou que no fim dos anos 90 o governo brasileiro tinha conseguido diminuir a disparidade de rendas. A conquista foi vista como fundamental para a redução da desigualdade social.

– Há uma piora do quadro, embora ela seja lenta. Mas é importante lembrar que esse diferencial já foi maior, sobretudo nos anos 90 e no início dos anos 2000 – afirmou o professor.

Os números do estudo foram extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e tiveram como base o rendimento mensal habitual do trabalho principal de brasileiros acima de 14 anos.

EFEITOS DA CRISE
Devido à crise econômica, trabalhadores com menos escolarização foram os mais prejudicados pelo fechamento de postos de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, a ocupação para os trabalhadores sem instrução ou com menos de um ano de ensino recuou 19,9% na comparação com o mesmo período de 2017.

Candidatos menos escolarizados enfrentam um mercado de trabalho mais restrito viram a concorrência aumentar. Nos últimos anos, os brasileiros estão passando mais tempo na escola, portanto, hoje há mais trabalhadores com alguma qualificação melhor para um mercado reduzido.

– O ensino médio se popularizou muito, então a oferta de pessoas com esse nível de escolaridade tem mais concorrência para trabalho, enquanto a demanda diminuiu – afirmou o diretor da FGV Social, Marcelo Neri, a um portal de notícias.

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