Paulo Moura - 24/04/2023 09h29 | atualizado em 24/04/2023 10h25

Durante um evento em Portugal nesta segunda-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a atual taxa de juros do Brasil, naquela que parece ser a volta do embate com o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto. Durante um fórum com investidores em Matosinhos, no país europeu, Lula chamou a questão de “problema”.

– Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato – declarou Lula.

Em sua fala, Lula também voltou a usar a frase “colocar o pobre no orçamento”, que ele utilizou como lema na campanha eleitoral em 2022. O petista ainda defendeu que uma futura queda de juros pode trazer um estímulo ao crédito e, com isso, melhorar a previsão do crescimento brasileiro.

– É a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica. (…) Mais emprego vai gerar mais salário, é a coisa mais normal de uma roda-gigante da economia – citou.

Na contramão de Lula, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse em eventos em Londres, na última semana, que a queda da inflação é mais lenta que o esperado e que pode não ocorrer um corte na Selic no curto prazo.

– A gente precisa avançar e explicar melhor para que isso consiga permear através dos mercados, para que a expectativa de inflação melhore e para que abra espaço para a gente fazer o nosso trabalho de queda de juros – declarou Campos Neto.

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