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Índice mundial de preços dos alimentos atinge nível recorde

Média registrada em março alcançou a maior marca desde o início da avaliação, que começou em 1990

Paulo Moura - 08/04/2022 14h50 | atualizado em 08/04/2022 14h59

Índice mundial do preço dos alimentos aumentou em março Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha as mudanças mensais nos preços internacionais dos alimentos, alcançou a média de 159,3 pontos em março, uma alta de 17,9 pontos na comparação com fevereiro. O novo valor representa um acréscimo de 12,6% no intervalo de um mês.

O nível registrado em março foi o maior desde o início da avaliação, em 1990. Em um ano, o índice saltou 34%. Neste mês, o aumento foi impulsionado pela alta nos subíndices de preços dos óleos vegetais, cereais e carnes. De acordo com a FAO, a alta foi sustentada pelas interrupções de exportação relacionadas à Ucrânia, país envolvido na guerra contra a Rússia desde o fim de fevereiro.

– A perda esperada de exportações da região do Mar Negro exacerbou a já restrita disponibilidade global de trigo – destacou a entidade.

Os preços globais do milho, cevada e sorgo, assim como o índice geral, também atingiram seus níveis mais altos desde 1990, impulsionados pelas restrições à exportação da Ucrânia. Além disso, o levantamento mensal da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos óleos vegetais registrou um aumento de 23,2% em março comparado com fevereiro.

– As cotações internacionais do óleo de girassol aumentaram substancialmente em março, impulsionadas pela redução da oferta de exportação com o conflito na região do Mar Negro. Por causa disso, os preços do óleo de palma, soja e colza também aumentaram acentuadamente, impulsionados pelo aumento da demanda global de importação – ressaltou a FAO.

A entidade ainda registrou média de 117,9 pontos em março para o subíndice de preços do açúcar, uma alta de 7,4 pontos (6,7%) em relação a fevereiro. De acordo com a FAO, a alta foi motivada, principalmente, “pelo forte aumento dos preços internacionais do petróleo, que elevou as expectativas de maior uso da cana-de-açúcar para a produção de etanol no Brasil”.

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