Impostos só serão reduzidos no longo prazo, diz Meirelles
Ministro estima que país só terá superavit primário a partir de 2021
Gabriela Doria - 31/10/2017 16h15 | atualizado em 31/10/2017 16h45
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garantiu que a meta fiscal sobre o deficit primário para 2017, de R$ 159 bilhões, será cumprida. Meirelles afirmou ainda que o governo está colocando em prática fortes reajustes e contendo gastos internos. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ele indicou que o país só terá superavits primários a partir de 2021.
Sobre a redução de impostos, Meirelles admitiu que eles não serão vistos em pouco tempo. Ele também reafirmou a função primária da reforma tributária.
– A redução de impostos só será possível no longo prazo, quando houver redução das despesas. Isso é possível, mas não nessa reforma tributária, que tem como foco inicial uma simplificação tributária – afirmou o economista.
Ainda de acordo com os cálculos do governo, levando-se em conta o atual teto de gastos e a aprovação da reforma da Previdência, o país deve registrar superavit primário de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) somente em 2026.
Durante a audiência na CAE, os senadores também consultaram Meirelles sobre a possibilidade de colocar a reforma tributária em pauta antes da Previdência, que já dá grandes sinais de que não será aprovada em 2017. O ministro rejeitou essa opção, afirmando que mudanças nas leis tributárias também são complexas e envolvem o interesse não só da União, mas de estados e municípios.
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