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EUA criticam Brasil e citam até cachaça para justificar tarifaço

Documento ressalta que os exportadores americanos enfrentam incertezas

Pleno.News - 01/04/2025 18h31 | atualizado em 01/04/2025 19h09

Donald Trump, presidente dos EUA Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO/POOL

O governo dos Estados Unidos criticou as políticas tributárias do Brasil e citou os casos de etanol, cachaça e produções audiovisuais no relatório sobre barreiras comerciais que está sendo utilizado para justificar o “tarifaço” prometido pelo presidente americano, Donald Trump.

O relatório do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), divulgado na véspera do anúncio das tarifas “recíprocas”, como classificadas por Trump, afirma que o Brasil impõe tarifas “relativamente altas” sobre as importações em uma ampla gama de setores.

O documento ressalta que os exportadores americanos enfrentam “incertezas” devido a mudanças frequentes nas alíquotas tarifárias do Brasil, aplicadas dentro das flexibilidades permitidas pelo Mercosul.

Em particular, o relatório destaca que, até 2017, o etanol era praticamente isento de impostos. A partir daquele ano, o Brasil introduziu uma tarifa de 20%, que impactou o comércio bilateral. Essa tarifa foi suspensa em março de 2022 e reimposta em 31 de janeiro de 2023, quando foi estabelecida em 16%.

O governo dos EUA afirmou que continua dialogando com o Brasil para reduzir a tarifa sobre o etanol americano, buscando um tratamento recíproco para o comércio dessa commodity entre os dois países.

Além disso, o relatório critica a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a cachaça, de 16,25%, por ser inferior à aplicada sobre outras bebidas alcoólicas, incluindo as importadas dos Estados Unidos, cuja taxa é de 19,5%.

Em relação ao setor audiovisual, o documento destaca que o Brasil “impõe vários impostos sobre produtos estrangeiros que não aplica igualmente aos produtos nacionais”. Também menciona as cotas de programação nacional para a televisão aberta e a legislação que limita a 30% a propriedade estrangeira na mídia impressa e na televisão aberta.

O relatório, que dedica seis páginas ao Brasil, aponta uma série de barreiras não tarifárias, como a proibição da importação de determinadas autopeças, equipamentos médicos e alguns bens de consumo usados, além de restrições para a importação de biocombustíveis e barreiras fitossanitárias contra a carne suína.

O presidente Trump planeja anunciar novas tarifas contra vários países nesta quarta-feira (2), data que ele passou a chamar de “Dia da Libertação”. A medida pode abalar o sistema econômico global de uma forma jamais vista em décadas e ter consequências imprevisíveis.

Além disso, mais tarifas serão anunciadas pelo governo americano na quinta (3), desta vez com foco no setor automotivo.

*Com informações da Agência EFE

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