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Empreendedorismo feminino não para de crescer no país

Carlos Fernandes - 04/12/2017 11h26 | atualizado em 04/12/2017 11h27

O empreendedorismo feminino cresce no Brasil em proporção inversa a dos números preocupantes da economia nacional. Já são cerca de 7,9 milhões de mulheres empreendedoras no país. E de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) dos 955 mil novos negócios registrados este ano, 51,5% foram abertos por mulheres.

Isso, sem falar no mercado informal, que cresce exponencialmente à medida que o desemprego bate às portas das famílias. Tratamentos de beleza e cabelos, comércio de roupas e acessórios, prestação de serviços, como bufês, decoração e organização de festas, são algumas áreas nas quais as mulheres se destacam.

Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), quatro em cada dez lares brasileiros são chefiados por mulheres. Destas, 40% são donas de negócios próprios e um terço trabalha em casa, mesmo. Muitas começaram a empreender meio por acaso e acabaram adotando uma segunda profissão. O Pleno.News foi conferir de perto essa tendência.

É o caso da professora Tatiana Palmeiro Mosquera, 41 anos. Casada, com uma filha adolescente, ela largou a educação infantil para se dedicar à fotografia de festas e eventos há cinco anos.

– Eu já gostava de fotografar como hobby e, certo dia, uma amiga me ligou, desesperada, pedindo para eu fazer uns cliques na festinha do filho, pois o profissional contratado, simplesmente, não apareceu – conta, rindo.

Tatiane Mosquera, empreendedora Foto: Arquivo pessoal

Dali em diante, Tatiana pegou gosto pela coisa, investiu em equipamento e cursos. Hoje ela faz cerca de três trabalhos por mês. O que, segundo ela, já representa algo em torno de 35% do orçamento familiar.

Satisfação e rendimentos
De acordo com o Instituto Gedi, dos Estados Unidos, 30% de todos os negócios privados do mundo são operados ou têm como idealizador uma mulher. E, no Brasil, esse nicho ferve de tão aquecido.

É o caso da pedagoga Luciane Carvalho, do Rio de Janeiro, que produz materiais pedagógicos, como murais, cartazes e jogos, e também enfeites para festas infantis.

– Minha clientela principal é formada por professoras e mães de crianças pequenas – explica.

Luciane não é formada em artes plásticas ou algo nesse segmento, mas se define como curiosa e aprende através de tutoriais e informações encontradas pela internet. Seu trabalho faz sucesso e sua empresa é a Mimos by Lu Carvalho.

Contudo, recentemente afastada do emprego por questões de saúde, passou a se dedicar ainda mais ao artesanato.

– Isso me dá muito prazer e rende um dinheirinho extra – explica.

Mas é preciso estar atento às mudanças do mercado. A técnica em arquitetura Jaqueline França da Silva, 48 anos, deixou a profissão que exerceu por vinte anos para se tornar microempreendedora individual. Durante certo tempo, forneceu produtos personalizados para órgãos públicos como Petrobras e Banco do Brasil.

– Com a crise, esses clientes deixaram de comprar – lembra.

A solução que Jaqueline encontrou foi partir para o ramo da alimentação. Hoje, ela comercializa cones trufados; guloseima de grande saída em feiras, empresas e igrejas. Cada cone custa R$ 4 e com isso ela ajuda o marido, também autônomo, a sustentar a casa.

Jaqueline Franca, empreendedora

O detalhe é que, para Jaqueline, a esperança é o melhor alimento.

– O bom empreendedor cresce na crise – pontifica.

Franquias
O segmento de microfranquias, empresas com investimento inicial de até R$ 90 mil, tem atraído cada vez mais interessadas em abrir o próprio negócio. O modelo é o mais preferido entre as mulheres. A empreendedora trabalha em casa, sem precisar de funcionários ou da estrutura de uma loja. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF) realizada de julho a setembro deste ano registrou o funcionamento de 2.308 unidades home based, como é conhecido o modelo. Para saber mais sobre franquias, acesse o site do Sebrae.

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