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Covid-19: Seguro-desemprego tem 200 mil em fila de espera

Ministério da Economia afirmou que está dando "conta rapidamente" da demanda

Pleno.News - 28/04/2020 14h50 | atualizado em 28/04/2020 14h58

Seguro-desemprego tem 200 mil pessoas em fila de espera Foto: Agência Brasília/Pedro Ventura

Após o agravamento da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, cerca de 200 mil pedidos de seguro-desemprego ficaram represados. A fila de trabalhadores demitidos sem justa causa que esperam pelo benefício distorceu os dados do governo.

Oficialmente, o Ministério da Economia informou nesta terça-feira (28) ter registrado um recuo de 3,5% nas solicitações do auxílio em março, em comparação com o mesmo período de 2019. Na primeira quinzena de abril, a queda de pedidos teria sido de 8,7%.

Entretanto, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou que houve um represamento de 200 mil pedidos no período.

– Temos uma pequena fila, de que estamos dando conta rapidamente. Essa demanda reprimida não passa de 200 mil em março e abril – disse.

Considerando essa conta, em março e abril deste ano, o número de pedidos de auxílio pelos desempregados subiu em 150 mil na comparação com 2019.

O dado do seguro-desemprego, apresentado nesta terça-feira (28) pelo Ministério da Economia, é o primeiro indicador oficial sobre o mercado de trabalho divulgado após o agravamento da crise.

Até então, o país vivia uma espécie de apagão estatístico nessa área.

Ainda não há, portanto, um dado preciso sobre a situação do emprego no país.

O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que apresentava mensalmente o número de trabalhadores com carteira assinada, foi suspenso pelo governo e ainda não há nenhum dado deste ano.

A última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) -pesquisa conduzida pelo IBGE por amostragem para medir informalidade e taxa de desemprego do país- traz dados até fevereiro, antes da crise. A pesquisa ainda terá de mudar por conta da pandemia e passará a ser feita pelo telefone, modelo sujeito a distorções.

Em outros países, como nos Estados Unidos, os dados do seguro-desemprego são liberados semanalmente pelo Departamento de Trabalho.

Até dezembro de 2018, o então Ministério do Trabalho (hoje incorporado à Economia) mantinha ativo o Painel do Seguro-Desemprego. Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o painel foi desativado porque a quantidade de acessos não justificava a manutenção do sistema, “que exigia emprego de recursos e servidores.”

O seguro-desemprego é uma assistência financeira temporária paga pelo governo a trabalhadores dispensado sem justa causa. O valor do benefício varia de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.

A secretaria também informou neste mês que o Caged continuará suspenso até que haja a completa atualização das informações por parte das empresas.

No início deste ano, o governo já tinha mudado a divulgação dos dados, devido à migração do sistema usado pelas empresas para declarar dados como admissões, demissões, férias e reajustes salariais.

Enquanto usavam o Caged, os empresários tinham até o dia 7 de cada mês para lançar as informais. Com a mudança para o eSocial (sistema de escrituração que promete simplificar a prestação de informações), a data limite mudou para o dia 15.

Segundo o ministério, 17 mil empresas deixaram de lançar corretamente as informações de demissões realizadas em janeiro no sistema.

Com a pandemia, o ministério também afirma que as empresas passaram a ter dificuldade de enviar os dados, já que muitas estão fechadas e com dificuldade de fazer contado com escritórios de contabilidade.

*Folhapress/Bernardo Caram e Ricardo Della Coletta

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