Bolsonaro fala da Ford e lembra dos “subsídios bilionários”
Em sua live semanal, presidente lamentou a decisão da empresa de encerrar as atividades e fechar fábricas
Henrique Gimenes - 14/01/2021 20h07 | atualizado em 15/01/2021 13h07

Durante sua tradicional live pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre a decisão da Ford de fechar fábricas e encerrar a produção no Brasil. Ao abordar o assunto nesta quinta-feira (14), Bolsonaro disse que a empresa não conseguiu competir com as concorrentes e lamentou a perda de empregos.
O anúncio da Ford foi feito nesta segunda-feira (11), quando a empresa informou que iria fechar três fábricas no país e disse, em comunicado, ter tomado a decisão após anos de perdas significativas no Brasil.
Durante a live, Bolsonaro rebateu críticas de que seria o culpado pela decisão da montadora.
– Foi uma saraivada de críticas: “O presidente Bolsonaro é incompetente, ele não negociou com a Ford para [ela] ficar no Brasil. Cinco mil empregos perdidos”. Eu não quero perder nenhum emprego, no que depender de mim. O quadro pintado no momento são 5 mil empregos perdidos, sim. Agora, não se fala que, em novembro, foram criados 114 mil empregos no Brasil – apontou ele.
Bolsonaro lembrou, então, que a empresa teve subsídios bilionários durante o tempo em que esteve no país.
– Mas a questão da Ford… Eram subsídios bilionários que sempre tiveram. Por que foi para a Bahia a Ford? Eu estava no Congresso como parlamentar. Em 2009, o senador Antônio Carlos Magalhães foi quem negociou isso. Então a Bahia acolheu a Ford com incentivos e com isenção de tributos. E por que foi para a Bahia? Porque não tinha outra montadora lá – ressaltou
Depois o presidente lamentou pela decisão da empresa, mas lembrou que a Ford não conseguiu competir com as concorrentes.
– Só que a Ford, respeitosamente, mesmo com subsídios, foi incapaz de deixar-se levar pela concorrência. Então os asiáticos, carros chineses e coreanos, vieram para cá e sufocaram a Ford. Lamentamos profundamente o que aconteceu, mas em um país democrático, onde se respeita a liberdade de mercado, quem dá lucro permanece e quem não dá lucro fecha – concluiu.
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