Em carta, presidente do BC explica inflação abaixo do piso
Documento assinado por Ilan Goldfajn aponta que a queda nos preços dos alimentos no domicílio foi maior do que o previsto
Henrique Gimenes - 10/01/2018 17h29

Após a inflação do Brasil fechar o ano de 2017 abaixo do piso da meta, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, enviou uma carta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) com explicações sobre o descumprimento.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (10), que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, terminou o ano passado em 2,95%.
No ano passado, a meta de inflação estava fixada em 4,5%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desta forma, o teto da meta seria de 6% e o piso de 3%.
Na carta, o Banco Central aponta que ,eEm 2017, a reversão da inflação nos preços dos alimentos no domicílio foi maior do que o previsto, tanto pelo Copom quanto pelos analistas do mercado”.
Assinada por Goldfajn, documento destaca ainda a deflação no preço dos alimentos e o aumento da produção agrícola brasileira. O “comportamento excepcional dos preços dos alimentos no domicílio, decorrentes de choques fora do alcance da política monetária (como a oferta recorde de produtos agrícolas), o Banco Central do Brasil seguiu os bons princípios no gerenciamento da política monetária e não reagiu ao impacto primário do choque”.
Para o BC, “não cabe inflacionar os preços da economia sobre os quais a política monetária tem mais controle para compensar choques nos preços dos alimentos”. A instituição ainda afirmou que “tem calibrado a taxa básica de juros e continuará a fazê-lo”.
Veja a íntegra da carta aqui.
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