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Editoras brasileiras faturaram 36% com conteúdos digitais

Informação, referente ao ano de 2020, consta na Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro

Pleno.News - 01/07/2021 16h41 | atualizado em 01/07/2021 17h47

Editoras brasileiras faturaram 36% com conteúdos digitais em 2020 Foto: Pexels

No ano passado, o faturamento das editoras brasileiras com conteúdo digital cresceu 36% em termos reais, isto é, descontada a inflação, somando R$ 147 milhões. O crescimento nominal da receita foi de 43%. As informações são da Agência Brasil.

Em 2019, o faturamento atingiu R$ 103 milhões. As informações constam na Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro, divulgada nesta quinta-feira (1º) pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). A sondagem teve dados apurados pela Nielsen Book.

O impulso observado no setor de livros digitais foi atribuído pelo presidente do SNEL, Marcos Pereira, à pandemia do novo coronavírus.

– Teve essa circunstância de o mundo ficar muito online durante a pandemia e teve uma migração muito forte para esse formato. É a primeira vez que a gente tem a oportunidade de mostrar dados comparáveis, que é uma coisa muito boa. Foi um ganho enorme. A partir de agora, a gente incorpora o conteúdo digital nas análises anuais – disse Pereira.

DESEMPENHO
O resultado registrado inclui a produção e venda de e-books, audiolivros e outras plataformas de conteúdo digital em 2020. O desempenho observado no ano passado fez o conteúdo digital passar a representar 6% do mercado editorial nacional, contra 4%, no ano anterior.

A pesquisa revela que, do faturamento total com conteúdo digital em 2020, R$ 103 milhões foram de unidades vendidas para download (baixar dados de um sistema remoto) no computador ou smartphone, em operação conhecida como à la carte. Os R$ 44 milhões restantes foram de unidades vendidas por meio de outras plataformas de distribuição, como biblioteca virtual e serviços de assinatura de leitura digital.

Marcos Pereira chamou a atenção para as bibliotecas virtuais, que são uma ferramenta muito utilizada pelas editoras profissionais.

– Essa indústria foi sempre muito atacada pela pirataria na chamada cópia ilegal – explicou.

Isso ocorreu principalmente na categoria de livros científicos, técnicos e profissionais (CTP), como Medicina e Direito, em que as pessoas precisavam ler determinados capítulos de um livro, e não a obra inteira.

– Esses livros são mais caros normalmente, e isso acabava sendo oferecido de forma ilegal, em copiadoras. E a maneira como a indústria conseguiu resolver isso foi criando bibliotecas virtuais, que permitem a venda fracionada. E, com isso, remunera o autor.

Pereira argumentou ainda que, ao criar um mecanismo legal e ágil, as pessoas passaram a utilizá-lo.

– É um ganho enorme quando a gente oferece as coisas e tem inteligência. A melhor maneira de se combater a pirataria é oferecer o conteúdo a um preço justo – afirmou.

E-BOOKS
Do total de 8,57 milhões de unidades vendidas à la carte, 92% foram e-books e 8% audiolivros. Este último é um formato ainda pouco conhecido dos brasileiros, disse o presidente do SNEL.

– Mas é importante que a gente inclua na pesquisa e vá seguindo esse segmento ao longo do tempo.

O aumento das vendas atingiu 81%, em comparação a 2019. Do total vendido, 41% eram obras de ficção (literatura infantil, juvenil, jovens adultos, literatura geral, poesia etc.); 39% não ficção (biografias, ensaios, autoajuda, negócios, espiritualidade, religião, entre outros); e 20% CTP.

A queda real de 25% no preço médio de e-books reflete também o efeito da pandemia, de atrair o leitor com estratégias de promoção muito agressivas, indicou Marcos Pereira.

O acervo total foi de 81,33 mil títulos em 2020, alta de 15% sobre o apurado em 2019. Os lançamentos envolveram 10,33 mil títulos novos em circulação no mercado no ano passado, mostrando elevação de 16% em relação a 2019. A categoria ficção foi a que mais registrou lançamentos de um ano para o outro, com expansão de 27%.

O presidente do SNEL acredita que, mesmo que haja uma retomada das vendas do livro físico diretamente nas livrarias, no pós-pandemia o conteúdo digital deverá continuar em alta.

– A gente tem que lembrar que, no ano passado, houve queda do livro físico e crescimento do livro digital. Mas, sem dúvida, o que eu adoraria ver é o crescimento saudável dos dois segmentos. Sei que isso está acontecendo nos segmentos de livros de ficção e [de] não ficção – comentou.

Marcos Pereira explicou que o livro digital está crescendo, passando de uma fatia de 4% para 6% do mercado entre 2019 e 2020.

– Eu acho que a gente vai repetir esse percentual de 50% de crescimento e, talvez, vá de 6% para 8%, em 2021, que é um crescimento robusto, de qualquer maneira. Eu não sei qual é o limite. Não dá para especular. Tudo vai depender do esforço da indústria – disse.

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